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Reflexo entre vidro duplo e estores cerrados

por JQ, em 29.11.12

 

28.11.2012

 

 

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O Alasca aqui tão perto

por JQ, em 28.11.12

 

vista da minha janela, em 2012 

 

 

The Velvet Underground por Lady and Bird

 

 

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Uma senhora e o seu pássaro

por JQ, em 28.11.12

 

Uma promo-foto de Lady and Bird, captada por náo sei quem, do duo composto por Keren Ann e Baroi Johannson

 

 

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14.11.2012

por JQ, em 27.11.12

 

 

 
 

perto de casa, Nov. 2012

 


 

Swans

 


 

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25.11.1975

por JQ, em 25.11.12

 


 

ponte 25 de Abril, fotografias de Pedro Neves

 

 


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Geometria emocional

por JQ, em 21.11.12

 

 

 

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- Eu sei, tio, mas ela anda em Belas-Artes

por JQ, em 19.11.12

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Admirável mundo velho

por JQ, em 19.11.12

A foto mais abaixo foi captada por Paulo Duarte e por mim encontrada aqui. Na legenda dizia mais ou menos isto: A toddler brandishes a red flag seen with demonstrators during a general strike in Porto, Portugal, Wednesday, Nov. 14, 2012. O Free Online Dictionary assegura que toddler significa one who toddles, especially a young child learning to walk. A Wikipedia adianta que toddler is a child between the ages of one and three. The toddler years are a time of great cognitive, emotional and social development.


 

 


Servi-me, demasiado óbvio, de uma simples imagem e de duas metáforas básicas (em língua de bárbaros, pardon my French), para fintar o que não consegui evitar: o lençol que se segue foi despoletado por conversas recentes com duas colegas demasiado imbecis ingénuas diante da escassa paciência que me resta diante da imbecilidade alheia; diante também deste post do sempre sensato (talvez demasiado para os tempos que correm) Daniel Oliveira, ele e tantos demais, tudo gente imbuída de um bem intencionado mas impotente pacifismo em redor. Enumero razões, as que me pertencem:

 

1. Que o policial ministro, com olhar de viciado em crack, tenha elogiado a actuação da polícia de choque não é admirável, pois dirá o que preciso for para manter o emprego, e todos sabem como é difícil manter um emprego nos dias de hoje.

 

2. Que a polícia de choque e jornalistas tenham directa ou indirectamente justificado a actuação da polícia de choque não é admirável, pois dirão o que toda essa gente a soldo vai repetindo para manter o emprego, e todos sabem como é difícil manter um emprego nos dias de hoje.

 

3. Que poucos dos diversos com quem falei esta manhã, quer sem emprego quer com ele cada vez menos seguro, tenham acreditado na versão oficial e compreendido e até desculpado a fúria cega da polícia de choque, isso sim, é admirável.

 

4. Que poucos tenham reparado que se a actuação da polícia de choque fosse guiada pela sensatez, pela selectividade e mentiras do género salivadas como desculpa, teriam apenas perseguido a dezena e meia de apredrejadores e não as largas centenas, que bovina e portuguesmente se encontravam nas imediações, caindo no absurdo de agredir e prender dezenas de pessoas sem qualquer certeza da sua culpa, sem garantir sequer os seus direitos enquanto cidadãos sob custódia, isso sim, é admirável.

 

Admirável não é o policial ministro, com cara de metanfetamina fora de prazo, dissociar os distúrbios da CGTP, nem esta nem os dois partidos da esquerda oficial lamentarem a violência explicita. Tudo faz parte do protocolo actual:

 

1. Porque ao ministro, em aparente ressaca de speed-cristal e a quem ele representa, interessa que a CGTP e os dois partidos da esquerda parlamentar continuem demarcados de qualquer violência explicita.

 

2. Porque a CGTP e os dois partidos da esquerda parlamentar conhecem o passado e receiam o costume histórico: o aproveitamento por parte de forças extremistas da direita mais autoritária de situações de grave instabilidade política e social.

 

3. O exemplo mais próximo ocorreu a 25.11.1975, quando o PC (digam o que disserem em contrário opinadores que nessa altura usavam fraldas ou se encontravam ainda inertes nos tomates e ovários de seus pais) não acompanhou a tentativa de golpe, encetada por militares mais radicais, que permitiu uma guinada à direita no regime.

 

Perdoe-se-me a contínua articulação. Não passa de um artifício básico para quebrar parágrafos que doutro modo ficariam talvez menos legíveis. Segue-se mais uma, desta feita uma interpretação pessoal, em jeito de conclusão deste post que não era suposto ser tão longo:

 

1. Entre as duas guerras mundiais os partidos comunistas europeus demarcaram-se de fenómenos claramente mais extremistas; chegaram até, bovinos diante do estúpido desígnio estalinista, a eliminar anarquistas por julgarem o seu radicalismo demasiado inconsequente.

 

2. Os partidos mais moderados ou assumidamente social-democratas da Europa Central de então (cuja herança ideológica persiste actualmente de forma mais visível no BE português e no Syriza grego) demarcaram-se também do radicalismo de esquerda. Enfrentaram os brutos com as suas boas-maneiras, por natureza mais plácidas. Nem por isso o autoritarismo de direita deixou de vingar nessa altura.

 

Sem querer reduzir este circunstancialismo ao teórico vício de que tudo é um problema de linguagem, para mim, que trabalho em alguns bairros sociais de Lisboa e tenho ido às manifes como quem sempre vai à missa ao Domingo, é notória a existência de várias descontinuidades de natureza comunicacional entre os dois partidos da esquerda parlamentar e os segmentos demográficos que dizem defender:

 

1. A linguagem do PC e da CGTP, se bem que eficaz na manutenção dos sempre fiéis (e ainda bem que continuam a sê-lo, pois na sua ausência a oposição à presente governação seria ainda frágil), não consegue cativar uma larga franja da ainda chamada classe média. Daí (a sério que foi visivel) a manife de 29 de Setembro ter sido menos concorrida do que a de 15 de Setembro.

 

2. A linguagem dos dois partidos da esquerda, e de todos os outros do centro e da direita parlamentar, não consegue chegar aos portugueses dos bairros sociais, ao crescente número de portugueses que já desistiu de qualquer actividade cívica e nem sequer se sente parte da sociedade. Uma Helena Matos, que ao tentar denegrir a manife de 15 de Setembro como sendo composta de artistas e engenheiros e arquitectos ou algo parecido, estava claramente a servir a agenda política em que acredita, extrapolou hipérboles, esticou verdades, mas, quem nela participou e, mais do que gritar chavões estafados, observou atentamente os detalhes da moldura humana, pôde reparar que os portugueses que há já vários anos vivem na miséria extrema não seriam assim muitos. Sem arriscar demasiado, poderia jurar, porque não recuso o seu falar, e creio entender o que me dizem, que alinhariam mais depressa com um líder cujo discurso salvífico ocultasse mais uma vez uma agenda autoritária de direita.

 

3. Aquelo gajo das Finanças, aquele com maxilar inferior muito dúbio, quando nos elegeu como "o melhor povo do Mundo", não estava só a mentir, como é o seu costume. Repetia, apenas, o seu instinto de musaranho. Não é necessário ler as banalidades de von Clausewitz para saber que quando um inimigo nos elogia é porque: a) nos receia, b) nos quer descansados para continuar a prejudicar-nos, c) porque fizemos algo de errado. O seu abc, a sua linguagem, apesar da tonalidade xanax, não poderia ser clara. Ele e quem ele representa preferem-nos cordeiros, resignados antes do abate.

 

4. Talvez já poucos recordem os motins do Verão de 2011, ocorridos em várias cidades britânicas, e menos noticiados nos arredores de Paris e Berlim. Claro que opinadores responsáveis, sobretudo à esquerda, condenaram a gratuitidade dos saques e da violência. Talvez já ninguém recorde que não foi antes nem agora - foi logo a seguir - que surgiram grupos de milionários franceses e norte-americanos a titubear que não se importavam de pagar mais impostos. Estranha coincidência? Não me parece.

 

5. Julgo antes que, ao contrário de uma parte da alta finança capaz de criar cenários de instabilidade para impor de seguida uma ordem financeira que lhe seja ainda mais favorável, ainda haverá alguns tubarões, porventura mais sensatos e com a dentuça menos afiada pela ganância.

 

6. Estes, menos vorazes que as piranhas mais influentes, não receiam os partidos da esquerda parlamentar, detentora de um discurso actualmente impotente, acondicionada em parlamentos de uma democracia representativa que já não representa absolutamente ninguém.

 

7. Estes, como outros pertencentes a diversos estratos sociais, preocupam-se com o seu próprio rendimento, com a quebra de lucros decorrente de uma economia em ruínas, e sobretudo receiam que o caos lhes bata também à porta.

 

8. Ainda faço todas as greves. Vou a todas as manifes, isso vou, mas estranho sempre ver demasiada gente quase contente por estar ali, todos tão pacíficos, tão pacientes, tão civilizados, tão ignorantes de que não é essa a linguagem que quem nos maltrata entende.

 

 

 

No One Knows, The Queens Of The Stone Age por Neil Hannon & The Divine Comedy

 

 

 

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por JQ, em 17.11.12

 


 

 


 

 


 

 

 

Carcavelos, 16.11.2012


 

Nils Frahm

 
 

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Seminu

por JQ, em 13.11.12

 

 


 Agora que, atrás ou adiante, quase nada resiste, de que valem palavras, governações anacrónicas, climáticos desastres ou fátuas promessas de futuro? De que serve discutir o preço da couve lombarda no Pingo Doce ou reflectir sobre os meus aleatórios salpicos de tinta em telas anónimas? A quem interessa o monótono construtivismo e a ainda moderna, mas já caduca, desconstrução? Qual a justa pena para a nossa cada vez mais vaga noção do Todo? O vazio nanograma ou o sufoco dele crescente? Para quando uma vassourada final na cansada dicotomia entre o romântico anseio pelo absoluto e a contemporânea resignação ao efémero?

 

Não está fácil tudo isto, sei-o bem. Talvez alguma nudez aparente (não a minha, caramba, ainda sou capaz de sentir compaixão pelos outros) possa iludir os mais desatentos. O truque é velho, mas ainda vai resultando por aí. No pouco que tocando me vai, laivo da ironia possível, já nem sei o que repetir, senão jurássicos chavões: Revolução ou morte, o rock’n’roll é muito mais que um género musical, it’s better to burn out than to fade away, ou algo assim, substancialmente vero e minimamente decente entre o demasiado lixo em redor. Exigirei demasiado dos outros? Talvez. E de mim? Claro que sim, mas tudo isso que fazendo vamos me soa a pouco. A sério que soa. 

 

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Sei que mais gentil deveria ser

por JQ, em 12.11.12

para a Rosa, queridíssima

colega, por nem sempre

pensar pela própria cabeça

 

Ainda lês notícias? A sério?!

Telejornais e tudo isso? Bravo!

Debates e mesas redondas? Ena!

 

Sim, senhor, ‘tás um homenzinho, mas

 

Se acreditas nessa gente a soldo,

Se apenas repetes dizeres em saldo,

P’ra que raio hei-de eu dialogar contigo?

 

 

 

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Agenda

por JQ, em 12.11.12

Hoje, 12/11, pelas 12:30, no derradeiro oásis televisivo – o canal MEZZO: a possibilidade de rever, num écran mais adequado à dimensão da obra, Orphée, de José Montalvo e Dominique Hervieu (vídeo integral, por enquanto, no post de baixo)

 

Terça, 13/11 (até 27/12/2013), entre as 10 e as 18:00, na Gulbenkian: As Idades do Mar, imagens de Sebastiano Ricci, Arnold Böjlin, Abraham Storck, Heerman Witmont, Claude Lorrain, Paul Signac, William Bradford, Johan Barthold Jongkind, Jean-Luis Demarne, Johannes Larsen, Antonio Francesco Peruzzini, Max Beckmann, Bonaventura I Peters, Carl Nielsen, Joaquin Sorolla Bastida, Edward Hopper, José Malhoa, Niccolò Cannicci, Giorgio de Chirico, Daniel Vasquez Diaz, Carl Friedrich Blechen.

 

 

 

 

Quarta, 14/11. O mar não tem idade. Existe, enquanto feliz acaso, entre as margens da vontade de cada um: Greve geral em Portugal e Espanha, menos geral em Itália e talvez na Grécia. A caminho da greve geral europeia? Talvez já seja tarde, mas pior seria nunca.

 

Nos interstícios da semana: ver se de vez arrumo a leitura do imenso catrapácio The Complete Tales and Poems of Edgar Allan Poe.

 

 

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Alguns riscos


Indícios?, por demais

um tremendo cansaço

de coisas feias, e daí

sons, diversos traços

caracteres alguns

de um rasto só


Algum tempo:


2017 Janeiro 2016 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho Maio Abril Março Fevereiro Janeiro ; 2015 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho Maio Abril Março Fevereiro Janeiro ; 2014 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho Maio Abril Março Fevereiro Janeiro; 2013 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho Maio Abril Março Fevereiro Janeiro; 2012 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho


Junho 2006/Junho 2012

(arquivos não acessíveis

via Google Chrome)


Algumas pessoas:


T ; José Carvalho da Costa, Francisco Q ; Alcino V, Vitor P ; José Carlos T, Fernando C, Eduardo F ; Paulo V, "Suf", Zé Manel, Miguel D, S, Isabel, Nancy ; Zé T, Marcelo, Faria, Eliana ; Isabel ; Ana C ; Paula, Carlos, Luís, Pedro, Sofia, Pli ; Miguel B ; professores Manuel João, Rogério, Fátima Marinho, Carlos Reis, Isabel Almeida, Paula Morão, Ivo Castro, Rita Veloso, Diana Almeida


Outros que, no exacto antípoda dos anteriores, despertam o pior de mim:


Demasiados. Não cabem aqui. É tudo gente discursivamente feia. Acendendo a TV ou ouvindo quem fora dela reproduz agendas mediáticas, entre o vómito e o tédio a lista tornar-se-ia insuportavelmente longa.


Uma chave, mais um chavão? A cultura popular do início deste séc. XXI fede !


joseqcarvalho@sapo.pt


Alguns nomes:


José Afonso ; 13th Floor Elevators, The Monks, The Sonics, The Doors, Jimi Hendrix, The Stooges, Velvet Underground, Love / Arthur Lee, Pink Floyd (1967-1972), Can, Soft Machine, King Crimson, Roxy Music; Nick Drake, Lou Reed, John Cale, Neil Young, Joni Mitchell, Led Zeppelin, Frank Zappa ; Lincoln Chase, Curtis Mayfield, Sly & The Family Stone ; The Clash, Joy Division, The Fall, Echo & The Bunnymen ; Ramones, Pere Ubu, Talking Heads, The Gun Club, Sonic Youth, Pixies, Radiohead, Tindersticks, Divine Comedy, Cornelius, Portishead, Beirut, Yo La Tengo, The Magnetic Fields, Smog / Bill Callahan, Lambchop, Califone, My Brightest Diamond, Tuneyards ; Arthur Russell, David Sylvian, Brian Eno, Scott Walker, Tom Zé, Nick Cave ; The Lounge Lizards / John Lurie, Blurt / Ted Milton, Bill Evans, Chet Baker, John Coltrane, Jimmy Smith ; Linton Kwesi Johnson, Lee "Scratch" Perry ; Jacques Brel, Tom Waits, Amália Rodrigues ; Nils Frahm, Peter Broderick, Greg Haines, Hauschka ; Franz Schubert, Franz Liszt, Eric Satie, Igor Stravinsky, György Ligeti ; Boris Berezovsky, Gina Bachauer, Ivo Pogorelich, Jascha Heifetz, David Oistrakh, Daniil Trifonov


Outros nomes:


Agustina Bessa Luís, Anna Akhmatova, António Franco Alexandre, Armando Silva Carvalho, Bob Dylan, Boris Vian, Carl Sagan, Cole Porter, Daniil Kharms, Evgeni Evtuchenko, Fernando Pessoa, George Steiner, Gonçalo M. Tavares, Guy Debord, Hans Magnus Enzensberger, Harold Bloom, Heiner Müller, João MIguel Fernandes Jorge, John Mateer, John McDowell, Jorge de Sena, José Afonso, Jürgen Habermas, Kevin Davies, Kurt Vonnegut Jr., Lêdo Ivo, Leonard Cohen, Luís de Camões, Luís Quintais, Marcel Proust, Marina Tzvietaieva, Mário Cesariny, Noam Chomsky, Ossip Mandelstam, Ray Brassier, Raymond Williams, Roland Barthes, Sá de Miranda, Safo, Sergei Yessinin, Shakespeare, Sofia M. B. Andresen, Ted Benton, Vitorino Nemésio, Vladimir Maiakovski, Wallace Stevens, Walter Benjamin, W.H. Auden, Wislawa Szymborska, Zbigniew Herbert, Zygmunt Bauman


Algum som & imagem:


Avec élégance

Crazy clown time

Danse infernale

Dark waters

Der himmel über berlin

Forever dolphin love

For Nam June Paik

Gridlocks

Happy ending

Lilac Wine

L'heure exquise

LoopLoop

Materials

Megalomania

Metachaos

Nascent

Orphée

Sailing days

Soliloquy about...

Solipsist

Sorry, I'm late

Submerged

Surface

Their Lullaby

The raw shark texts

Urban abstract

Unter