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[ sons, imagens e palavras nada recomendáveis, deveras pouco legíveis em telemóveis "inteligentes" ]
Rowan Atkinson, 2008 (desconsidere-se, p.f., o gargalhar do público e atente-se na dicção, sem favor)
Georg Trakl (1887-1914), durante a sua vida de sobremaneira breve, observou razões bastantes para duvidar de um montão de coisas aparentemente sem fim. Uma delas, entre as mais medonhas, pouco após ter abdicado de duas patas para caminhar, num raro momento de stand-up comedy chamou-se a si própria “Humanidade”. Tanto assim foi que Trakl, enfermeiro no exército austro-húngaro, achou por bem suicidar-se ao fim de alguns meses de guerra (a primeira das grandes, ou isso). Todavia, cria em Deus. É, pois, de supor que me perdoasse uma pequena pausa pascal na divulgação dos seus escritos neste assomo de blog. A programação habitual, em língua preferencialmente bárbara, talvez prossiga depois do borrego e das amêndoas.
Heute habe ich kein Bock auf ihnen zu unterhalten
Meine Laune öder der Welts, wer kann das wissen?
Bedingungen nür, zu oft etwa vergangen, das ist alles
Die Gewähr ist abgeschieden, kann man sich zulassen?
An der "Groove" hereingehen, Foz do Tejo, 28.3.2013
Vollkommen ist die Stille dieses goldenen Tags.
Unter alten Eichen
Erscheinst du, Elis, ein Ruhender mit runden Augen.
Ihre Bläue spiegelt den Schlummer der Liebenden.
An deinem Mund
Verstummten ihre rosigen Seufzer.
Am Abend zog der Fischer die schweren Netze ein.
Ein guter Hirt
Führt seine Herde am Waldsaum hin.
O! wie gerecht sind, Elis, alle deine Tage.
Leise sinkt
An kahlen Mauern des Ölbaums blaue Stille,
Erstirbt eines Greisen dunkler Gesang.
Ein goldener Kahn
Schaukelt, Elis, dein Herz am einsamen Himmel.
Vollkommen ist die Stille dieses goldenen Tags, Georg Trakl, 1913
excerto de Liebe ist kälter als der Tod, Rainer Werner Fassbinder, 1969
Wenn der Schnee ans Fenster fällt,
Lang die Abendglocke läutet,
Vielen ist der Tisch bereitet
Und das Haus ist wohlbestellt.
Mancher auf der Wanderschaft
Kommt ans Tor auf dunklen Pfaden.
Golden blüht der Baum der Gnaden
Aus der Erde kühlem Saft.
Wanderer tritt still herein;
Schmerz versteinerte die Schwelle.
Da erglänzt in reiner Helle
Auf dem Tische Brot und Wein.
Ein Winterabend, Georg Trakl, 1913
Leise sank von dunklen Schritten der Schnee,
Im Schatten des Baums
Heben die rosigen Lider Liebende.
Immer folgt den dunklen Rufen der Schiffer
Stern und Nacht;
Und die Ruder schlagen leise im Takt.
Balde an verfallener Mauer blühen
Die Veilchen,
Ergrünt so stille die Schläfe des Einsamen.
Im Frühling, Georg Trakl, 1912
Assim: a Trapatónia foi um lugar que só existiu num universo paralelo ao da Germânia. Assim como assim, tomou esse nome em homenagem a um jogador de poker, herói nacional nas horas vagas. Assim como anão, foi aí que Georg Trakl aceitou nascer na promessa de uma vida plena em montes de absoluta mente, sãos folguedos e música basto decente. Mal abriu os olhos, porém, deixou-se morrer. Em tal sítio, não encontrou qualquer harmonia entre a mente e o corpo, o conteúdo e a embalagem, o singular e o colectivo, o mérito e a recompensa, o indivíduo e o seu redor. Assim como talvez, a circunstância de ser contempoaneo de Manuel Luís Goucha (presidente daquela república) e Sílvia Alberto (ministra daquela cultura) não terá sido alheia a tamanha fatalidade. E foi assim.
Indícios?, por demais
um tremendo cansaço
de coisas feias, e daí
sons, diversos traços
caracteres alguns
de um rasto só
Algum tempo:
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Outros que, no exacto antípoda dos anteriores, despertam o pior de mim:
Demasiados. Não cabem aqui. É tudo gente discursivamente feia. Acendendo a TV ou ouvindo quem fora dela reproduz agendas mediáticas, entre o vómito e o tédio a lista tornar-se-ia insuportavelmente longa.
Uma chave, mais um chavão? A cultura popular do início deste séc. XXI fede !
joseqcarvalho@sapo.pt
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