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por JQ, em 21.12.13

 

"The Path of the Metal Turtle", David Kuckhermann, 2012 (uma playlist muito próxima do ideal de auto-deslocalização aconselhável durante rituais de solstícios e equinócios, ceias em datas repetidas ad æternum e missas do Galo)

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por JQ, em 21.12.13

 

Sol nulo dos dias vãos,

Cheios de lida e de calma,

Aquece ao menos as mãos

A quem não entras na alma!

 

Que ao menos a mão, roçando

A mão que por ela passe,

Com externo calor brando

O frio da alma disfarce!

 

Senhor, já que a dor é nossa

E a fraqueza que ela tem,

Dá-nos ao menos a força

De a não mostrar a ninguém!

 

 

Sol nulo dos dias vãos

Fernando Pessoa, 1924

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por JQ, em 18.12.13

This Year's Girl, Elvis Costello & The Attractions, 1978

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Entardecia quando tocaram à minha porta

por JQ, em 18.12.13

See her picture in a thousand places

‘Cause she's this year's girl
You think you all own little pieces

Of this year's girl
Forget your fancy manners
Forget your English grammar
'Cause you don't really give a damn

About this year's girl

 

Elvis Costello, 1978

 

Numa destas manhãs, asseguravam as marionetes do televisivo costume que o opinativo líder «A» tinha dito ninguém ao certo sabe o quê, mas nisso marcara mais pontos que o opinativo líder «B», ou, nisso implícito, que o líder «C» perdera a voz por falta de comparência, de que todos, tanto ou ainda mais do que ele, são responsáveis. No local de trabalho, reparei na divagação de uma colega, horrorizada mas com um sórdido capricho no pormenor, sobre mais um crime passional numa terríola do país "interior". Durante o solitário almoço num sítio do meu costume, consegui apanhar num rodapé dum telejornal «Ladrões atacam nas barbas [de quem já não sei]». À saída do trabalho, vislumbrei, de relance num quiosque, os pormenores escabrosos da separação entre uma bimba televisiva e um filósofo com muitas aspas, frequentador de pasquins sem nenhumas. Ao regressar a casa, num transporte cada vez menos público, não pude deixar de ouvir um grupo de mulheres a comentar – ainda? - algo sobre a orientação sexual de uma celebridade qualquer que, num concurso também qualquer, alimenta suínos vestida de «Gucci» e marcas igualmente pimba-chique.


Represente, ou não, tudo isso o que por aí vai, certo foi que, por volta das 17:30 de hoje, tocaram à minha porta. Era uma mulher de incerta idade, com olhar, cabelo, voz, roupa, gestos, sapatos, enfim, tudo nela com um aspecto cansado. Se existisse um catálogo de pobres – e quem me assegura que alguma «tia», com duplo «T» e incontáveis «Y» no sobrenome, não terá já criado tal género? – esta mulher não seria classificada no subtipo «sem-abrigo», mas assentaria perfeitamente em «pobre, já não de barraca, mas de bairro social degradado».


Antes de poder dizer-lhe «boa noite», já ela tinha desferido «Não tem alguma comida que me possa dar-me?». Assim mesmo, com um «me» a mais, mas, felizmente, sem «Tês» a sobrar, nem «Is» transformados nos «Ípsilons» da triste actualidade. Também náo desenhou nenhuma cara de canídeo abandonado, nem abusou das minhas orelhas, relatando as desgraças da sua vida. Perguntou apenas: «Não tem alguma comida que me possa dar-me?». Foda-se!, nem hesitei, mas o que real e subjectivamente me fode não vem ao caso. Enchi um saco do que pude e, logo após, como se lhe tivesse dito: "Isto 'tá difícil. Tente o vizinho do lado", fiquei agoniado.

Pensamento abominável após o fecho da porta: “Ceús! Nesta terra há pobres que já não pedem dinheiro”. Recordação de uma infância demasiado católica: “A caridade é um dever, nunca motivo de orgulho”. Recordação demasiado distante dos idos de 1975: “A caridade é um logro. Quando damos esmola não estamos a ajudar quem pede, mas a atrasar a sua revolta, impedindo que lutem por melhorar as suas condições de vida”. Estatística oficial e oficiosa, mais amadora ou menos maliciosa, e, enquanto tal, merecedora de qualquer dúvida, mas que já se repete, e aprofundando se vai, ao longo da última década: “um quarto dos portugueses vive abaixo do oficial patamar da pobreza”. Oficial...

 

Assim sendo, o que fazer? Investir no artesanato de bombas domésticas ou num sono bem-parecido, ou seja, na divulgação de versos e ilustrações de gente que, como eu, já não acredita em qualquer redenção, nesse fulcro talvez positivo, subjacente ao melhor da maior parte das pessoas? Parecendo que sim, a resposta não está implícita na questão. Apenas ressona, à espera de um safanão mais generoso.

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por JQ, em 17.12.13

Parecendo que não, naquele tempo havia uns poucos que utilizavam mais do que três dedos, mais do que três notas

(Waiting for the End of the World, Elvis Costello & The Attractions, em 1978)

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por JQ, em 17.12.13

Se o fio acaba nos dedos, o fio vivo, se os dedos
não chegam à alma do tecido
onde coloca tudo, o convexo e côncavo, os elementos
nobres, ar em redor da cabeça, fogo
que o ar sustenta,
e os remoinhos trazidos ao tecido pela fusão dos dedos da matéria
nascente -
se o bafo atiça a trama em que trabalha as fibras:
tem de arrancá-las: nervos,
cartilagens, linhas
de glóbulos: tem de coá-la, à substância difícil, torná-la
dúctil, dócil
pronta
para o jeito dos dedos e a força da boca:
dar respiração desde o começo
do fio ao extremo - se o fio é longo
para aquilo que ele com mão técnica toda adentro põe e tira
do recôndito, se um como que brilho de hélio
é muito para bexiga,
língua,
cerebelo -
que deixe o corpo tapado porque hão-de um dia abri-lo
num abalo, o pneuma por um cano de ouro,
astros em bruto,
o escuro
- e esses dedos mexendo em medidas de sangue,
peso de osso.

Nem sempre se tem a voltagem das coisas: mesa aqui, fogão aceso,
torneiras fechadas com aquela assombrosa massa de água
atrás, à espera,
roupas, madeiras, livros.
Oh como alguém espera que a luz se levante asperamente até à cara.
Ou se espera ver em alguém assim
tocado ver
o sangue nos orifícios da cabeça, ou
melhor:
amígdalas, palato, língua, a voz tratada a sangue e rapidez.
E a maneira de andar na escuridão soba as gotas,
cuidar da ferida, cuidar
da gramática, árduo cuidar, quem
pensaria?, cuidar da música,
do mundo.
Há um azul selvagem defronte se alguém se vira,
nas costas rebenta a espuma.
Que sim, que os elementos através da casa: um espaço
na beleza: água atrás das paredes,
fogo nas botijas,
cristal nas unhas.
Mantém o nome, tu, o gás cingido pelos aros de ferro, mesa
e papéis, a morte atenta, mantém-na, tarda, não
tarda, abertas, fechadas
as torneiras.
Oh mundo escrito dolorosamente nas faixas de seda
saída de bichos como que
plenos, em brasa, mas
macios, saída
do âmago dos bichos.
Quem morre morre, tão fulgurante nas mãos e na testa.
O bafo trabalha nas linhas perigosas.
A estrela estala.

 

 

em O Corpo O Luxo A Obra, Herberto Helder, 1978 

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por JQ, em 17.12.13

perto da foz do Tejo, Agosto 2013

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por JQ, em 16.12.13

Fico deitado tardes inteiras, fumando interminavelmente. Bach. Cinco páginas do Hamlet, 2.0 acto, 2.ª cena. A ficção da loucura por parte de Hamlet é dúbia. Polónio por seu lado submete-se às regras do perigosíssimo jogo. Nesta atmosfera nem a ficção da loucura é gratuita, nem a lucidez casual. Mas eis toda a verdade no espaço rápido e fechado. As leis do fingimento são secretas, intraduzíveis. Perfeito. Nelas reside o segredo total. Quarto do castelo em Elsenor. A ficção (ou fingimento) é o único caminho para a verdade? - Que ledes, meu senhor? - Palavras! Palavras! Palavras! - Mas de que se trata, meu senhor? - Entre quem? E Bach ao fundo. Concerto Brandeburguês nº 5 pela Orquestra de Estugarda. Transferi tudo. Eis como funcionam estas minhas admiráveis virtudes humanas.

 

 

excerto d’ Os Passos Em Volta, Herberto Helder, 1963

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por JQ, em 13.12.13

 

"Isto é canela, isso é Hollywood / Vá lá, ninguém ver te pode / Ninguém pode ver-me chorar" são só três

versos, traduzidos de forma não exactamente livre (oh, a tremenda subjectividade das traduções:),

de Imitation of Life (Michael Stipe, 2001 / R.E.M. em cima, ainda vivos em 2003)

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Sobre canela e abóboras

por JQ, em 13.12.13

Dizem-me que Henri Meschonnic (apelido deveras real, que lamento não ter sido inventado por mim) terá dito, em 1975, no seu livro Le Signe et le Poème-essai:  “Si la parole parlée est absence, la parole écrite est l’absence d’une absence. Le sens est un absent. Nous ne sommes alors qu’une agitation enfermée dans l’absence, puisqu’un signe renvoie à des signes, toujours qu’a des signes”.

 

Nada mais actual, conceda-se. Quase todos isso dando fomos de barato na suspeita de que fosse exactamente esse o adjectivo preço da realidade e, no entanto, é como quem diz (o Sr. Herberto Helder, por ex.): “não tentámos criar abóboras com a palavra «abóbora»”.

 

Quanto a mim, pelo menos na sua faceta mais próxima da beleza por alcançar, a ilusão sempre importou não só em cada humana subvivência; até na crisálida que almeja ser borboleta; na raiz que deseja o caule, neste que sonha a flor; talvez mesmo na paciente rocha, que espera inimigos ventos para se tornar areia sempre carente do afago das marés.

 

É, és, sou, fomos. A ilusão sempre importou. Se agora quase nunca, aponte-se o dedo para os últimos séculos, para o frenético galope  da modernidade e suas indústrias, para a desconstrução nela inclusa ou, pior ainda, para o cinismo e a indiferença residentes no coração da pós-modernidade ainda reinante. Relembre-se Emil Cioran, esse desgraçado aforista, bem útil durante o optimismo pimba dos anos 50 do século passado. Chegou ele a dizer “Que haja uma realidade escondida atrás de aparências é, afinal, bastante possível; que a linguagem possa revelar tal coisa é uma esperança absurda. "Emílio, vai-te foder só ou acompanhado! Se bem que aparentemente lúcida, a tua razão não me importa, pois nada semeia. Não passas de um eucalipto que dificulta a nascente dos mais diversos futuros. 

 

E assim voltamos ao diktat do Sr. Helder “não tentámos criar abóboras com a palavra «abóbora»”, o que é uma pena, por se tratar de um fruto redondo, bonito quiçá, servindo a cor e o paladar de belas sopas e gringos festejos além-mar; pena maior, ainda, o número decrescente dos crédulos na desejável promiscuidade entre o dizer e o acontecer.

 

Note-se, ou nem isso: esta manhã – encontrava-me eu em sempre diligente serviço numa mercearia do Olivais – quando uma rapariga, com um ar algo fragilizado pela pobreza evidente, nela entrou e simplesmente disse “Canela!”, num tom absolutamente certo diante da acústica em redor.  

A minha imaginação, como todas, sobrevive entre limites sempre movediços, mas poderia jurar ter presenciado um momento em que o Tempo absolutamente parou, em que tudo naquela mercearia ficou coberto de um castanho bonito; e todos, naquela mercearia, nos sentimos bons, dentro e fora submersos por um pó castanho-dourado que caía do tecto, ressoava das paredes e a todos cobria de um estranho encanto.

 

O facto de o desajeitado merceeiro, sobrerepticiamente, ter servido a rapariga com meia dúzia saquetas de plástico repletos de um pó castanho - sim, esse sempre útil para preservar a miséria dos mais pobres -, não bastou para destruir a minha pintura algo dourada pela ilusão. Fechei os olhos, pois esse real estupor já não me interessa.

 

Creia-se ou não, já existe demasiado pessimismo em redor; por toda a parte pululam apocalípticos profetas, emparedados na sua lucidez com muitas aspas. Para essa missa semi-gótica já dei o que tinha e o que não. Repito: quero que o presente se foda em pedacinhos! O presente nunca existiu além de um instante. Continuam precisas sombras do futuro no passado, vice-versas e versos-vício, de reversos capazes de fintar o peso deste Tempo demasiado actual.

 

Mas para quê deprimir os por demais deprimidos? Para se sentirem ainda mais impotentes? Até Lou Reed, um céptico e cínico do piorio, sobrevivente de uma infância vivida num optimismo bacoco, chegou a cantar: “I’m set free to find the new illusion”. Sem algo disso, um território minimamente saudável para o sonho, além de nós, por demais tristes contemporâneos, não haverá qualquer futuro.

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por JQ, em 11.12.13

 

 

 

E ao sétimo dia eles contemplam a sua obra, e não sentem contentamento […] E então, porque o tempo de expor o exemplo inquietante não se pode esgotar, os horríveis trabalhadores inventam o oitavo dia, que é como a eternidade […] E então a gente sabe que a alegria e a beleza são coisas dolorosas.

 

 

 

 

 

 

 

 

Experimentei esta liberdade: a de ver os dias moverem-se de um lado para outro dentro das semanas, enquanto eu lia, olhava, imaginava e dormia, e voltava para trás, lembrando coisas de uns e outros, coisas dos dias, de tal modo que era tudo uma festa da confusão.

 

 

excertos de Exercício Corporal, Herberto Helder (em "Poesia Toda", ed. 1981)

 

 

 

perto da foz do Tejo, Dezembro 2013




Dink's Song, Bob Dylan, 1961

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por JQ, em 11.12.13

Escreve-se.

Há as nuvens, as árvores, as cores, as temperaturas.

Há o espaço.

É preciso encontrar a nossa relação com o espaço.

Fazer escultura.

Escultura: objecto.

Objectos para a criação de espaço, espelhos para a criação de imagens, pessoas para a criação de silêncio.

Objectos para a criação de espelhos para a criação de pessoas para a criação de espaço para a criação de imagens para a criação do silêncio.

Objectos para a criação de silêncio.

Temos enfim o silêncio: é uma autobiografia.

É algo que se conquista à força de palavras.

Pode-se morrer, depois, quero dizer.

Estou descontente.

Eis o inverno do meu descontentamento.

Autobiografia.

Denominação: dominação das coisas.

O amor e a palavra são belos crimes – imperdoáveis.

E quem pode amar o crime senão o criminoso e, por vezes, devido a um ainda mais raro talento, a sua vítima?

O autobiógrafo é a vítima do seu crime.

 

 

em Apresentação do Rosto, Herberto Helder, 1968

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Alguns riscos


Indícios?, por demais

um tremendo cansaço

de coisas feias, e daí

sons, diversos traços

caracteres alguns

de um rasto só


Algum tempo:


2017 Janeiro 2016 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho Maio Abril Março Fevereiro Janeiro ; 2015 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho Maio Abril Março Fevereiro Janeiro ; 2014 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho Maio Abril Março Fevereiro Janeiro; 2013 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho Maio Abril Março Fevereiro Janeiro; 2012 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho


Junho 2006/Junho 2012

(arquivos não acessíveis

via Google Chrome)


Algumas pessoas:


T ; José Carvalho da Costa, Francisco Q ; Alcino V, Vitor P ; José Carlos T, Fernando C, Eduardo F ; Paulo V, "Suf", Zé Manel, Miguel D, S, Isabel, Nancy ; Zé T, Marcelo, Faria, Eliana ; Isabel ; Ana C ; Paula, Carlos, Luís, Pedro, Sofia, Pli ; Miguel B ; professores Manuel João, Rogério, Fátima Marinho, Carlos Reis, Isabel Almeida, Paula Morão, Ivo Castro, Rita Veloso, Diana Almeida


Outros que, no exacto antípoda dos anteriores, despertam o pior de mim:


Demasiados. Não cabem aqui. É tudo gente discursivamente feia. Acendendo a TV ou ouvindo quem fora dela reproduz agendas mediáticas, entre o vómito e o tédio a lista tornar-se-ia insuportavelmente longa.


Uma chave, mais um chavão? A cultura popular do início deste séc. XXI fede !


joseqcarvalho@sapo.pt


Alguns nomes:


José Afonso ; 13th Floor Elevators, The Monks, The Sonics, The Doors, Jimi Hendrix, The Stooges, Velvet Underground, Love / Arthur Lee, Pink Floyd (1967-1972), Can, Soft Machine, King Crimson, Roxy Music; Nick Drake, Lou Reed, John Cale, Neil Young, Joni Mitchell, Led Zeppelin, Frank Zappa ; Lincoln Chase, Curtis Mayfield, Sly & The Family Stone ; The Clash, Joy Division, The Fall, Echo & The Bunnymen ; Ramones, Pere Ubu, Talking Heads, The Gun Club, Sonic Youth, Pixies, Radiohead, Tindersticks, Divine Comedy, Cornelius, Portishead, Beirut, Yo La Tengo, The Magnetic Fields, Smog / Bill Callahan, Lambchop, Califone, My Brightest Diamond, Tuneyards ; Arthur Russell, David Sylvian, Brian Eno, Scott Walker, Tom Zé, Nick Cave ; The Lounge Lizards / John Lurie, Blurt / Ted Milton, Bill Evans, Chet Baker, John Coltrane, Jimmy Smith ; Linton Kwesi Johnson, Lee "Scratch" Perry ; Jacques Brel, Tom Waits, Amália Rodrigues ; Nils Frahm, Peter Broderick, Greg Haines, Hauschka ; Franz Schubert, Franz Liszt, Eric Satie, Igor Stravinsky, György Ligeti ; Boris Berezovsky, Gina Bachauer, Ivo Pogorelich, Jascha Heifetz, David Oistrakh, Daniil Trifonov


Outros nomes:


Agustina Bessa Luís, Anna Akhmatova, António Franco Alexandre, Armando Silva Carvalho, Bob Dylan, Boris Vian, Carl Sagan, Cole Porter, Daniil Kharms, Evgeni Evtuchenko, Fernando Pessoa, George Steiner, Gonçalo M. Tavares, Guy Debord, Hans Magnus Enzensberger, Harold Bloom, Heiner Müller, João MIguel Fernandes Jorge, John Mateer, John McDowell, Jorge de Sena, José Afonso, Jürgen Habermas, Kevin Davies, Kurt Vonnegut Jr., Lêdo Ivo, Leonard Cohen, Luís de Camões, Luís Quintais, Marcel Proust, Marina Tzvietaieva, Mário Cesariny, Noam Chomsky, Ossip Mandelstam, Ray Brassier, Raymond Williams, Roland Barthes, Sá de Miranda, Safo, Sergei Yessinin, Shakespeare, Sofia M. B. Andresen, Ted Benton, Vitorino Nemésio, Vladimir Maiakovski, Wallace Stevens, Walter Benjamin, W.H. Auden, Wislawa Szymborska, Zbigniew Herbert, Zygmunt Bauman


Algum som & imagem:


Avec élégance

Crazy clown time

Danse infernale

Dark waters

Der himmel über berlin

Forever dolphin love

For Nam June Paik

Gridlocks

Happy ending

Lilac Wine

L'heure exquise

LoopLoop

Materials

Megalomania

Metachaos

Nascent

Orphée

Sailing days

Soliloquy about...

Solipsist

Sorry, I'm late

Submerged

Surface

Their Lullaby

The raw shark texts

Urban abstract

Unter