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por JQ, em 28.02.14

perto da foz do Tejo, Novembro 2013

 

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Sobre pêndulos, o espírito de Mercúrio e contradições aparentemente universais

por JQ, em 28.02.14

Pedro: A história do pensamento humano relembra um pêndulo que demora séculos no seu balanço. Após um período de dormência, chega um momento de despertar. Então, o pensamento liberta-se das cadeias com as quais os principais interessados – governantes, legisladores, clérigos – o rodearam. Quebra as correntes. Submete ao criticismo mais severo tudo que lhe ensinaram e desnuda o vazio dos preconceitos religiosos, políticos, legais e sociais, entre os quais vegetava. Começa a buscar novos caminhos, enriquecendo o nosso conhecimento com novas descobertas, criando novas ciências. Mas os inimigos inveterados do pensamento – o governo, o legislador, o padre – logo recuperam da sua derrota. Gradualmente, vão reunindo as suas forças dispersas, readaptando a sua fé e as suas leis às novas necessidades.

 

Filipe: Ser-te-á exigido que ajas de modo errado em qualquer sítio para onde vás. É a condição básica de estar vivo ser obrigado a violar a própria identidade. A qualquer momento, cada criatura viva acaba por fazê-lo. É a última sombra, a derrota da criação; a maldição em curso, o caminho que alimenta toda a vida. Em qualquer parte do universo.

  

Humberto: Alto é melhor que baixo, porque se estiveres de cabeça para baixo, vem-te o sangue à cabeça, porque os pés cheiram mal e o cabelo menos, porque é melhor subir a uma árvore para apanhar frutos do que acabar debaixo da terra a engordar os vermes, porque raramente te aleijas se tocares em cima (tens de estar mesmo na mansarda) e de costume magoas-te se caíres abaixo, e é por isso que o alto é angélico e o baixo diabólico. Mas como também é verdade o que eu te disse primeiro sobre a minha barriga, são verdadeiras as duas coisas, é belo o baixo e o dentro, num sentido, e no outro é belo o alto e o fora, e isto nada tem a ver com o espírito de Mercúrio nem com a contradição universal.

 

 

excertos de Anarchist Morality, Piotr Kropotkin, 1890, Do Androids Dream of Electric Sheep?, Philip K. Dick, 1968, Il Pendolo di Foucault , Umberto Eco, 1988

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por JQ, em 24.02.14

 

Gifs de autor desconhecido (extraídos da série televisiva "The Big Bang Theory")

The Tracks of My Tearsversão de Carmel, 1984 (original: The Miracles, 1965)

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por JQ, em 24.02.14

Não é que seja fácil esquecer caras, expressões faciais e, menos ainda, impressões de inúmeras caras e expressões faciais que fui recolhendo ao longo de tanto tempo. Exceptuando alguns períodos de imperfeito vácuo durante a infância, consigo recordar, à escala do pixel mais mínimo, a diversidade expressiva de quase todos, que, em mim, deixaram marcas bastantes de um sinal «mais». A maior parte deles e delas repousa, incólume, no fundo de mim e desse meu espelho possível: a primeira coluna à esquerda nos alicerces deste blog.

 

Confissão algo ridícula: em momentos de maior hesitação, durante encruzilhadas pessoais, chego a perguntar “O que faria X nesta circunstância? E T, o que diria? Quanto a Z, tenho quase a certeza de que…”, o que, longe de qualquer dúvida, talvez explique por que raio, diante de quem já me não cruzo há meses ou anos, o nível de comunicação atingido se assemelha a tê-los encontrado no dia anterior. Talvez, do outro lado, isto soe meio estranho, do género “Este gajo, apesar da troca de telemóveis e endereços de email, quase nunca diz nada e quando o faz, parece não haver qualquer distância entre nós”.

 

É, em momentos assim, que evito confessar a imensa dificuldade de entender a existência de talvez uma dúzia de pessoas que, faça eu o que fizer ou deixe de fazer, continua a gostar de mim. Esse calor é-me extremamente confortável, claro. Um frio maior reside em desconfiar donde essa minha incompreensão advém (dos tais períodos de vácuo durante a infância?). E, no entanto, apesar de não conseguir praticá-la, sei, à escala de um milímetro de pele, que a partilha das fragilidades mais íntimas costuma servir de betão às amizades mais duradoiras.

 

Ainda ontem queimei mais algumas pestanas na leitura de “How We Became Posthuman: Virtual Bodies in Cybernetics, Literature and Informatics”. Entre tanto que a autora, N. Katherine Hayles, ali vai dizendo, embati num conceito subjacente - “social skills” -, que me permitiu descobrir que o erro reside sobretudo em mim. Em vez de entender essa expressão como “talentos para socializar”, traduzi-a, no imediato, como “habilidades sociais”, ideia, em si, plena de uma negatividade óbvia.

 

Bem que tentei, entre os meus vinte e os quarenta anos, aprender a socializar. Antes e depois disso, nunca me senti inteiro em trabalhos colectivos, mas fiz o que pude. Até aprendi o que não devia, perdendo um horror de tempo com gente pré-cartesiana, i.e., desprovida de um mínimo de lógica e bom-senso. Isso não obsta a que, ainda hoje, diante de pessoas que o trabalho actual me obriga a conhecer durante breves minutos ou longas horas, consiga comunicar o que é preciso, resolvendo sombras de litígios sem dificuldades de maior.

 

O problema tem recaído no tempo chamado “livre”. Ao fim de uma dezena de anos em Lisboa, perdi a curiosidade em conhecer pessoas. Sendo natural, não deixa de ser pavorosa esta capacidade humana de todos, mais tarde ou mais cedo, acabarmos por desiludir os outros. Daí, creio, este meu receio urbano (suburbano, rural até?) em conhecer alguém “demasiado bem”. Mas adiante, que atrás e em frente, vem sempre alguém capaz de surpresas e, entre elas, sentado esperando vou, um saudável mínimo de sinais «mais».

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por JQ, em 21.02.14

 

 

 

 

 


O caminho foi-se estreitando. Em vez de se alargar, foi estreitando. Penso que se estreita cada vez mais. Fecham-se portas. Conforme avançamos fecham-se portas, é o contrário daquilo que as pessoas dizem. E o escritor não abre portas a ninguém que vem atrás, fecha. O Pessoa fechou portas, o Camilo Pessanha fechou portas, o Herberto fechou portas, toda a gente fecha portas. Eu não sei se fechei portas. Algumas, tenho consciência de que fechei, até para mim mesmo. E, no entanto, das poucas centenas de imagens que surgiram, ao longo dos últimos anos perto da foz do Tejo, sobraram umas dezenas por “publicar”. Entre tanto ruído, a maior parte do meu pudor também se foi. Daí vão mais algumas.

 

 

 

 

 

 

Como eu não tenho nem as paranóias da celebridade, nem da fama, nem glória, nem da posteridade, tenho de estar aqui precisamente. Sim, precisamente aqui, Lisboa, capital de um Império que, ao contrário da fé de Pessoa, desconfio, sede nunca será do sonhado Quinto, desgraça que nunca me impediu de ir “publicando”, nem que a posteriori, ideias-imagens para mim ainda válidas, além do meu presente. Não é que valham por si sós, mas convém não esquecer o incontornável facto de que este, mesmo parecendo que não, é um blog fiel depositário desse malfadado costume: a obscena "transparência" dos mal denominados "blogues umbiguistas”. Fosse isso o que fosse, seja isso o que for, o meu umbigo continua repleto de cotões muito diversos. Sempre desconfiado, não dos “futuros” (que à revelia de todos, sempre vão ocorrendo sem aspas), mas do “presente”, inquinado pelos filhos-sem-mãe que actualmente predominam, aqui vai residindo algo de mim e do passado mais recente. É de supor que quase tudo isto faça parte do prostituto universo que a quase todos desiludindo vai. Não obstante a nossa animal natureza, esperando sempre algo mais, receio que tão pouco seja tudo, tão próximo do nosso mais miserável limite, tão distante do nosso melhor desejo. Seja, isto não passa de mais um lamento, mas, foda-se!, é sobretudo nisto, nesta coisa fácil do lamento, que mais dói sentir-me contemporâneo. É que não sou, e ainda menos me sinto, súbdito seja de quem for. A sério que não. 

 

 

 

 

 

 

cinco fotos de perto da foz do Tejo (Junho 2013) + um par de comentários, após apropriação abusiva de dois excertos, em itálico, da entrevista de Al Berto ao Diário de Lisboa, em 27.1.1989 (cf. “Diários” do mesmo, 2012)

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por JQ, em 21.02.14

 

Não acredito no génio, acredito, sim, na necessidade, na urgência, na ânsia de me manter por um fio entre a queda final e o precário equilíbrio das palavras. O trajecto escrito de um escritor nada tem a ver com a publicação de livros. Pode-se ser escritor, e nunca ter publicado um livro. Parece-me claro tudo isto. Os mecanismos da escrita são, de certo, mais profundos e misteriosos, para que estejam condicionados à simples publicação dum livro.

 

Al Berto, em 24.1.84 (excerto de Diários, 2012)  

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Oh, Domingos...

por JQ, em 18.02.14

These Foolish Things, Bryan Ferry, 1973

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por JQ, em 18.02.14

“Depois de vivermos muitos anos junto ao mar / Sabemos que as palavras oxidam” é uma frase partida, uma ideia inteira de Armando Silva Carvalho, absorvida durante o banho de imersão semanal, vício que me aproxima dos paquidermes e, de um modo geral, dos herbívoros de grande porte. Ainda assim, mesmo que da Palavra já sem fé, rujoquando não posso mais aguentar o pior da quotidiana ausência de ar. Por outro lado, soo-me mal no queixume e na auto-depreciação, mesmo que para fins meramente comédicos. Sem êxito, mantêm-se algum pudor, a decência possível, não lançando foguetes, p.ex., por um fim-de-semana quase perfeito. E «quase», apenas, pela desgraça de ter descoberto (não devia ter ligado o computador ao fim da tarde deste Domingo) a jovem palavra «expectável». Apesar de soar bem snob-pimba, vice-versa e ao contrário do que supunha, afinal existe. E assim, vão, oxidando me vou. Mas sei-os bem, os que passam bem pior neste tempo já não meu. Pagam-me, de vez em quando, para trabalhar entre eles, fazendo o que me deixam, fechando os olhos (os ouvidos nunca), tantas vezes à revelia do que me dizem próprio, mas pouco, quase nada, posso fazer por eles. Também contra isso enferrujo.

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Claro que não

por JQ, em 18.02.14

 

Is That Enough, Yo La Tengo, 2013

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por JQ, em 18.02.14

Oh, will you never let me be?

Oh, will you never set me free?

The ties that bound us are still around us

There’s no escape that I can see

And still those little things remain

That bring me happiness or pain

 

A cigarette that bears lipstick's traces

An airline ticket to romantic places

And still my heart has wings

These foolish things remind me of you

 

A tinkling piano in the next apartment

Those stumbling words that told you what my heart meant

A fairground's painted swings

These foolish things remind me of you

 

You came, you saw, you conquered me

When you did that to me I somehow knew that this had to be

 

The winds of March that make my heart a dancer

A telephone that rings, but who’s to answer?

Oh, how the ghost of you clings

These foolish things remind me of you

 

Gardenia perfume lingering on a pillow

Wild strawberries only seven francs a kilo

And still my heart has wings

These foolish things remind me of you

 

The park at evening when the bell has sounded

The Isle de France with all the girls around it

The beauty that is Spring

These foolish things remind me of you

 

I know that this was bound to be

These things have haunted me

For you’ve entirely enchanted me

 

The sigh of midnight trains in empty stations

Silk stockings thrown aside, dance invitations

Oh, how the ghost of you clings

These foolish things remind me of you

 

First daffodils and long excited cables

And candlelight on little corner tables

And still my heart has wings

These foolish things remind me of you

 

The smile of Garbo and the scent of roses

The waiters whistling as the last bar closes

The song that Crosby sings

These foolish things remind me of you

 

How strange, how sweet to find you still

These things are dear to me

That seem to bring you so near to me

 

The scent of smouldring leaves, the wail of steamers

Two lovers on the street who walk like dreamers

Oh, how the ghost of you clings, these foolish

Things remind me of you, just you

 

 

These Foolish Things, Eric Maschwitz, 1936

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por JQ, em 14.02.14

 

Walk On Hot Coals, Rory Gallagher, em 1974

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por JQ, em 14.02.14

À nascença, não é que alguém já o seja

De si mesmo, por destino ou natureza, mas

É de supor em tudo isto: azares e benesses

Acasos e desgraças que se sucedem públicas

Até mesmo as que o não são, na revessa

Da fome dos vampiros do mediático costume

Algumas insignificâncias, por apreender, resistem

Não importa exactamente quais, desde que.

Oh, desde que algo de novo surja…  mas, bolas

Exactamente o quê de novo?! Velho, por antecipação

Sempre fui para tanto e, sem remédio, tanto mais ainda

Sem qualquer espaço para espúrios modernismos

De ocasião, sejam eles após, ou disso muito antes

Indícios, não menos, são o que disso carrego

Um desejo apenas de um sinal mais, um só corpo

Minimamente capaz de um pouco mais de além

Mesmo longe de qualquer afago neste mar escuro

Do breu deste sombrio terreno em redor

Repleto de duvidosas palmadinhas nas costas

Pleno de indiferença ou simpatia, ou ambas

Já podres desde o seu plano, na sua origem pecado

Um fígado cor de cinza em cima dos ombros

Tudo péptico nas pernas, na púbis e no tronco

Um sufoco no peito e no estômago um vómito

Mais atrás, na costa, um toráxico raio-x revelaria

Coça-me a minha, mais além coçarei a tua

E tudo normal, na construção civil, prosseguirá

Actual e pouco mais, neste meio relapso à palavra

Ou disso arremedos, entre labirintos tamanhos

Ao silêncio quase tudo, quase ninguém resiste. Alguns

Sempre vão tentando – servos da sua natureza, talvez

De mim, que eu saiba, nunca ninguém nada muito esperou

E, daí, admiro quem muito, eu ainda menos. Passe o trocadilho

Barato: De que adiantaria esperar por quem, por mim não, claro

Não mais aguardou senão indícios, o simulacro mínimo

De quem vivo, apenas subvive, mas, ainda assim, pergunta:

- Onde raio paira a Vida? Alguém sabe, ou desconfia apenas onde

Ao certo, se descobre essa almofada, um poiso mínimo, claro

Onde, saudável, possível seja sobreviver a tamanha pena?

 

 

"Coisas deste fígado cor de cinza que me pesa nos ombros", Fevereiro 2014

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Alguns riscos


Indícios?, por demais

um tremendo cansaço

de coisas feias, e daí

sons, diversos traços

caracteres alguns

de um rasto só


Algum tempo:


2017 Janeiro 2016 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho Maio Abril Março Fevereiro Janeiro ; 2015 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho Maio Abril Março Fevereiro Janeiro ; 2014 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho Maio Abril Março Fevereiro Janeiro; 2013 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho Maio Abril Março Fevereiro Janeiro; 2012 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho


Junho 2006/Junho 2012

(arquivos não acessíveis

via Google Chrome)


Algumas pessoas:


T ; José Carvalho da Costa, Francisco Q ; Alcino V, Vitor P ; José Carlos T, Fernando C, Eduardo F ; Paulo V, "Suf", Zé Manel, Miguel D, S, Isabel, Nancy ; Zé T, Marcelo, Faria, Eliana ; Isabel ; Ana C ; Paula, Carlos, Luís, Pedro, Sofia, Pli ; Miguel B ; professores Manuel João, Rogério, Fátima Marinho, Carlos Reis, Isabel Almeida, Paula Morão, Ivo Castro, Rita Veloso, Diana Almeida


Outros que, no exacto antípoda dos anteriores, despertam o pior de mim:


Demasiados. Não cabem aqui. É tudo gente discursivamente feia. Acendendo a TV ou ouvindo quem fora dela reproduz agendas mediáticas, entre o vómito e o tédio a lista tornar-se-ia insuportavelmente longa.


Uma chave, mais um chavão? A cultura popular do início deste séc. XXI fede !


joseqcarvalho@sapo.pt


Alguns nomes:


José Afonso ; 13th Floor Elevators, The Monks, The Sonics, The Doors, Jimi Hendrix, The Stooges, Velvet Underground, Love / Arthur Lee, Pink Floyd (1967-1972), Can, Soft Machine, King Crimson, Roxy Music; Nick Drake, Lou Reed, John Cale, Neil Young, Joni Mitchell, Led Zeppelin, Frank Zappa ; Lincoln Chase, Curtis Mayfield, Sly & The Family Stone ; The Clash, Joy Division, The Fall, Echo & The Bunnymen ; Ramones, Pere Ubu, Talking Heads, The Gun Club, Sonic Youth, Pixies, Radiohead, Tindersticks, Divine Comedy, Cornelius, Portishead, Beirut, Yo La Tengo, The Magnetic Fields, Smog / Bill Callahan, Lambchop, Califone, My Brightest Diamond, Tuneyards ; Arthur Russell, David Sylvian, Brian Eno, Scott Walker, Tom Zé, Nick Cave ; The Lounge Lizards / John Lurie, Blurt / Ted Milton, Bill Evans, Chet Baker, John Coltrane, Jimmy Smith ; Linton Kwesi Johnson, Lee "Scratch" Perry ; Jacques Brel, Tom Waits, Amália Rodrigues ; Nils Frahm, Peter Broderick, Greg Haines, Hauschka ; Franz Schubert, Franz Liszt, Eric Satie, Igor Stravinsky, György Ligeti ; Boris Berezovsky, Gina Bachauer, Ivo Pogorelich, Jascha Heifetz, David Oistrakh, Daniil Trifonov


Outros nomes:


Agustina Bessa Luís, Anna Akhmatova, António Franco Alexandre, Armando Silva Carvalho, Bob Dylan, Boris Vian, Carl Sagan, Cole Porter, Daniil Kharms, Evgeni Evtuchenko, Fernando Pessoa, George Steiner, Gonçalo M. Tavares, Guy Debord, Hans Magnus Enzensberger, Harold Bloom, Heiner Müller, João MIguel Fernandes Jorge, John Mateer, John McDowell, Jorge de Sena, José Afonso, Jürgen Habermas, Kevin Davies, Kurt Vonnegut Jr., Lêdo Ivo, Leonard Cohen, Luís de Camões, Luís Quintais, Marcel Proust, Marina Tzvietaieva, Mário Cesariny, Noam Chomsky, Ossip Mandelstam, Ray Brassier, Raymond Williams, Roland Barthes, Sá de Miranda, Safo, Sergei Yessinin, Shakespeare, Sofia M. B. Andresen, Ted Benton, Vitorino Nemésio, Vladimir Maiakovski, Wallace Stevens, Walter Benjamin, W.H. Auden, Wislawa Szymborska, Zbigniew Herbert, Zygmunt Bauman


Algum som & imagem:


Avec élégance

Crazy clown time

Danse infernale

Dark waters

Der himmel über berlin

Forever dolphin love

For Nam June Paik

Gridlocks

Happy ending

Lilac Wine

L'heure exquise

LoopLoop

Materials

Megalomania

Metachaos

Nascent

Orphée

Sailing days

Soliloquy about...

Solipsist

Sorry, I'm late

Submerged

Surface

Their Lullaby

The raw shark texts

Urban abstract

Unter