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por JQ, em 21.09.14

[…]

You're asking what makes me sigh now

what it is makes me shudder so

Well, I just freeze in the wind

and I'm numb from the pummeling of the snow

that falls from high in yellow skies

where the well loved flag of England flies

where homes are warm and mothers sigh

where comedians laugh and babies cry

where criminals are televised, politicians fraternize

journalists are dignified and everyone is civilised

and children stare with heroin eyes

heroin eyes, heroin eyes

[…]

 

 

excerto de "Man of Aran", 1934, doc. de Robert J. Flaherty (a que alguém sobrepôs Boy Vertiginous - British Sea Power, 2009). Em epígrafe, excerto de Old England - Mike Scott, 1984 ("This Is The Sea", The Waterboys, 1985)

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por JQ, em 21.09.14

38.

 

Para Cardiff? Para Liverpool? Para Londres?

Não tem importância.

Em qualquer porto encontrarás teu dever.

O que se embrenha na fauna local

e nas doces torturas duma festa livre.

Ouvirás o abutre sobre os sinos do pânico.

A garra que procura o que em ti ofega.

Mas não queiras chorar aqui sobre o cais clássico

porque cairás na estilística de fundo

apavorado e com o braço de fora

como o grande Zarolho.

São os andarilhos da vida em transumância

que  te acenam o lenço.

Os gasolineiros, os da flauta erótica

entre flores drogadas que espalhas no passeio. Em

qualquer lugar encontrarás a fruta.

A masculina fruta.

A dos arrebaldes, que tu atravessas com dentes

de nácar e por entre as pernas.

São os do mar alto, os que navegam a escrita

pornográfica e que, com pé em terra,

tasquinham os salões das viscondessas

deixando no basalto a marca do sal

e do psaltério.

Elas, confusas, arregaçam saias

e um rio de mijo corre pelas entranhas

onde os deuses sucumbem ao incenso e à mirra.

Mirrados e à míngua os velhos desfazem-se

em carícias de limbo com a língua e o sexo.

E tu, deitado no corredor do palato

escutas a epopeia que a glote

deglutiu sobre o convés

deste steamer de trampa que se afasta

liliputianamente.

 

 

Armando Silva Carvalho

(“Armas Brancas”, 1977)

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Sim (só pelo sotaque)

por JQ, em 18.09.14

A sério:

Scots Elevator skit, excerto de "Burnistoun", BBC Scotland, 2011



Mais a sério:

Sobre ser escocês, excerto de "Trainspotting", Danny Boyle, 1996

 
Menos a sério:

Man Tuns Into Scotsman, Monthy Python Flying Circus, 197?

 


Seríssimo:

Desmontando a propaganda do "Não", a opinião de Craig Murray, inglês, ex-embaixador no Uzbequistão e entusiasta do "Sim".

 

 

Em jeito de rodapé, não que isso interesse a alguém, mas, por cá, também votaria "Sim" num referendo para sair da UE e do euro. Não, nenhum patriotismo nisto. Simplificando, apenas não confio em impérios. Dada a sua complexidade e dimensão, acabam centrípetos, servindo os interesses do núcleo de uns poucos, em detrimento de centenas de milhões de pessoas nas suas margens.

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por JQ, em 16.09.14

 

Never, All The Luck In The World, 2011

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Um abismo infinito? (2)

por JQ, em 14.09.14

 [...] Oh, I can gather all the news I need

on the weather report […]

Hey, I’ve got nothing to do today but smile […]

Half of the time we’re gone

but we don’t know where […]

Tom, get your plane right on time […]

Hey, let your honesty shine, shine, shine

Like it shines on me […]

 

Paul Simon (1970)

 

 

excerto de "Garden State", Zach Braff, 2004

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Um abismo infinito?

por JQ, em 14.09.14

Tenho alguns amigos de longa data que escrevem deveras bem e que, apesar disso e disto, ainda conseguem sentir-me amigo, mesmo sem nos vermos diariamente, como se ontem e durante inúmeros anteontens tivéssemos conversado durante uns bons pares de horas, como se duas décadas e quatro centenas de quilómetros fossem, como são, apenas números, como quase todos, absolutas insignificâncias na revessa do que realmente importa:

 

[…] Esqueço-te e relembro-te a cada momento. Construo contigo as páginas secas de um alfarrábio ilegível. É para norte que te dirijo, é para norte que te levo pela agulha do magnete onde pertences, para o espaço de onde nunca deverias ter saído, onde, devorado por todas as faunas marinhas, mantenho os meus ossos lustrosos entre as sucatas dos fundos.

 

Paulo Vinhal

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por JQ, em 10.09.14


If You Could Read My Mind, Clinic, 2007

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por JQ, em 10.09.14

 

Frutos mais exóticos? Bom, mantenho-os

Simples maçãs, papai-as, pêras-abacate

Enquanto sonho laranjas, orfão de tal cor

 

Entre o vermelho e negro da ordem actual

E os restantes que o presente espectro domina

Tudo conservo à toa na cal da minha garagem

Luz e sombra, livres do molde, naus e batéis

 

Um estaleiro disso, perto e longe de mim

Velas e máscaras que o tempo rasgou

Outros que resistem, descarando figuras

Em mim, embuçados que preferi não despir

 

Em branco persistem algumas páginas, mas

Onde raio residirá alguma cor possível

O feliz evento de alguém deveras vivo?

 

 

Se ler me conseguisses, 2ª rev. (1ª em 09.2009)

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por JQ, em 08.09.14

 

Tango Virtuoso, pelo Quatuor Habanera (versão de um original de Thierry Escaich)

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Um pouco mais de Além, p.f. (2)

por JQ, em 08.09.14

 

Amanhã, se astros e nuvens forem compinchas, tomarei uma decisão fundamental para o meu brilhante futuro enquanto blogger: por cada vez que mencione as palavras “Amor” ou “Morte” (seja num título de desenho ou fotografia, em conversa de Café ou sms, num verso ou farelo de prosa como esta), flagelarei com dúzia e meia de vergastadas este meu dorso que um dia já foi espadaúdo.

 

Caso isso não baste, comprarei óculos escuros e frequentarei, semana sim semana não, vernissages literárias, ou outras ainda mais plásticas. Aí, mesmo pleno de talvezes, direi que sim a flutes de espumante duvidoso; até a croquetes, desde que não demasiado murchos ou oleados.

 

É claro que, nessa demanda de sofrimento / redenção, o processo pode terminar em disfuncionalidades num ou ambos os lados dessa barra / cabo de tormentas. Se assim for, sinto-me preparadíssimo para uma filiação na Opus Dei, aplicando um cilício nas partes (naquelas mais feias de mi alma… refiro-me ao tornozelo esquerdo… um estético desastre).

 

E se o meu futuro desígnio, dedicado ao brilho social e reconhecimento alheio (nem que apenas televisivo), desse modo atroz não funcionar, prevejo natural a minha sujeição a sacrifícios ainda mais cruéis: dar-me-ei ao trabalho de traduzir Marinho e Pinto ou Paulo Bento?, preencherei formulários para “simpatizante do PS”?!

 

É óbvio que, neste último caso, definharei na dúvida entre as caretas de ambos os candidatos: serão padres? Hum, mais um talvez. Mais aparentam, como os antecessores e seus acessórios, ser sacristães ou acólitos de deuses demasiado terrenos, daqueles que vomitam desculpas vãs e doces nadas, enquanto vão castigando os seus rebanhos.

 

De regresso à proposição inicial, o que será feito de mim, após tanto e tampouco? Sobreviverei dignamente, ignorando as mais cúmplices e as mais distantes noções sobre o “Amor” e a “Morte”?

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Ao Imprevisto

por JQ, em 05.09.14

 

excerto de Improvisation aux Invalides, Thierry Escaich, 2007

 

 

Improvisation n° 3/3. Thème : "Tranquillo, n° 5 de sept pièces pour piano," op. 11 de Zoltán Kodály (Pierre de Bethmann: piano;Thierry Escaich, Fender Rhodes, 2010)

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por JQ, em 05.09.14

 

after Rimbaud

Young

dark, in

twenty

brow

Persia.

 

Proud

revolve, on

rash

child’s

estivals.

 

Young

in

wounds. All

sister. Is

sits.

 

Oh

are

we

ever

pity! Not

breasts! Not hands!

 

Rock.

Lull. Really

Ours

pupils (charming

oh).

 

Blood

ex (hates). Swoons

night

so Ago

all.

 

 

Sisters of Charity, Brian Kim Stefans, 2000

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Pág. 1/2



Alguns riscos


Indícios?, por demais

um tremendo cansaço

de coisas feias, e daí

sons, diversos traços

caracteres alguns

de um rasto só


Algum tempo:


2017 Janeiro 2016 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho Maio Abril Março Fevereiro Janeiro ; 2015 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho Maio Abril Março Fevereiro Janeiro ; 2014 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho Maio Abril Março Fevereiro Janeiro; 2013 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho Maio Abril Março Fevereiro Janeiro; 2012 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho


Junho 2006/Junho 2012

(arquivos não acessíveis

via Google Chrome)


Algumas pessoas:


T ; José Carvalho da Costa, Francisco Q ; Alcino V, Vitor P ; José Carlos T, Fernando C, Eduardo F ; Paulo V, "Suf", Zé Manel, Miguel D, S, Isabel, Nancy ; Zé T, Marcelo, Faria, Eliana ; Isabel ; Ana C ; Paula, Carlos, Luís, Pedro, Sofia, Pli ; Miguel B ; professores Manuel João, Rogério, Fátima Marinho, Carlos Reis, Isabel Almeida, Paula Morão, Ivo Castro, Rita Veloso, Diana Almeida


Outros que, no exacto antípoda dos anteriores, despertam o pior de mim:


Demasiados. Não cabem aqui. É tudo gente discursivamente feia. Acendendo a TV ou ouvindo quem fora dela reproduz agendas mediáticas, entre o vómito e o tédio a lista tornar-se-ia insuportavelmente longa.


Uma chave, mais um chavão? A cultura popular do início deste séc. XXI fede !


joseqcarvalho@sapo.pt


Alguns nomes:


José Afonso ; 13th Floor Elevators, The Monks, The Sonics, The Doors, Jimi Hendrix, The Stooges, Velvet Underground, Love / Arthur Lee, Pink Floyd (1967-1972), Can, Soft Machine, King Crimson, Roxy Music; Nick Drake, Lou Reed, John Cale, Neil Young, Joni Mitchell, Led Zeppelin, Frank Zappa ; Lincoln Chase, Curtis Mayfield, Sly & The Family Stone ; The Clash, Joy Division, The Fall, Echo & The Bunnymen ; Ramones, Pere Ubu, Talking Heads, The Gun Club, Sonic Youth, Pixies, Radiohead, Tindersticks, Divine Comedy, Cornelius, Portishead, Beirut, Yo La Tengo, The Magnetic Fields, Smog / Bill Callahan, Lambchop, Califone, My Brightest Diamond, Tuneyards ; Arthur Russell, David Sylvian, Brian Eno, Scott Walker, Tom Zé, Nick Cave ; The Lounge Lizards / John Lurie, Blurt / Ted Milton, Bill Evans, Chet Baker, John Coltrane, Jimmy Smith ; Linton Kwesi Johnson, Lee "Scratch" Perry ; Jacques Brel, Tom Waits, Amália Rodrigues ; Nils Frahm, Peter Broderick, Greg Haines, Hauschka ; Franz Schubert, Franz Liszt, Eric Satie, Igor Stravinsky, György Ligeti ; Boris Berezovsky, Gina Bachauer, Ivo Pogorelich, Jascha Heifetz, David Oistrakh, Daniil Trifonov


Outros nomes:


Agustina Bessa Luís, Anna Akhmatova, António Franco Alexandre, Armando Silva Carvalho, Bob Dylan, Boris Vian, Carl Sagan, Cole Porter, Daniil Kharms, Evgeni Evtuchenko, Fernando Pessoa, George Steiner, Gonçalo M. Tavares, Guy Debord, Hans Magnus Enzensberger, Harold Bloom, Heiner Müller, João MIguel Fernandes Jorge, John Mateer, John McDowell, Jorge de Sena, José Afonso, Jürgen Habermas, Kevin Davies, Kurt Vonnegut Jr., Lêdo Ivo, Leonard Cohen, Luís de Camões, Luís Quintais, Marcel Proust, Marina Tzvietaieva, Mário Cesariny, Noam Chomsky, Ossip Mandelstam, Ray Brassier, Raymond Williams, Roland Barthes, Sá de Miranda, Safo, Sergei Yessinin, Shakespeare, Sofia M. B. Andresen, Ted Benton, Vitorino Nemésio, Vladimir Maiakovski, Wallace Stevens, Walter Benjamin, W.H. Auden, Wislawa Szymborska, Zbigniew Herbert, Zygmunt Bauman


Algum som & imagem:


Avec élégance

Crazy clown time

Danse infernale

Dark waters

Der himmel über berlin

Forever dolphin love

For Nam June Paik

Gridlocks

Happy ending

Lilac Wine

L'heure exquise

LoopLoop

Materials

Megalomania

Metachaos

Nascent

Orphée

Sailing days

Soliloquy about...

Solipsist

Sorry, I'm late

Submerged

Surface

Their Lullaby

The raw shark texts

Urban abstract

Unter