Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
[ sons, imagens e palavras nada recomendáveis, deveras pouco legíveis em telemóveis "inteligentes" ]
Enjoy The Silence (versão anónima de um original dos Depeche Mode)
Indústria? Turismo. Local? 1º calhau a contar de Vénus: “Látex, tudo envolto em látex. Deusas, mortais, musas, amores fora de prazo, filosofias apenas têxteis e imensas filiais da Durex. Não obstante, demasiados pacientes algo venéreos, a mal dizer, uma cambada de chatos e quase tudo longe, muito longe de um poiso decente para férias.”
More News From Nowhere, Nick Cave & The Bad Seeds, 2008
Vi, de relance, num rodapé. Não sei se isto será uma notícia ou mais uma “notícia”. Enfim, dói-me. Mesmo que tão cedo não deixe de ser um facto, com aspas ou na sua ausência, provavelmente não será “notícia” dentro de alguns dias. Entretanto, parece que o governo totó-fascista do Reino Unido prevê utilizar tanques do exército para impedir o acesso de escuros migrantes fugidos da miséria africana às pálidas falésias de Dover.
Não vi isto, nem de relance, em qualquer rodapé: Os riquinhos ingleses, mas não só, continuam habilitados a fugir aos impostos, migrando capitais para fiscalidades paradisíacas ou deslocalizando indústrias para geografias em que a escravatura ainda pode ser pura e dura. O comércio de armas para África e para o Médio-Oriente continua a florescer. É forçoso distrair os “bárbaros” com lutas fratricidas. É preciso proteger os oleadutos porque sim, agora que já ninguém quer saber de nenhum como nem porquê.
Études d'exécution transcendante, Franz Liszt por Daniil Trifonov
I have been one acquainted with the night.
I have walked out in rain – and back in rain.
I have outwalked the furthest city light.
I have looked down the saddest city lane.
I have passed by the watchman on his beat
And dropped my eyes, unwilling to explain.
I have stood still and stopped the sound of feet
When far away an interrupted cry
Came over houses from another street,
But not to call me back or say good-bye;
And further still at an unearthly height,
One luminary clock against the sky
Proclaimed the time was neither wrong nor right.
I have been one acquainted with the night.
Robert Frost, 1928
Broken, Jake Bugg, em 2013
Il dolce stil novo nasce verso la fine del Duecento tra Bologna e Firenze. Nasce quindi in un ambiente comunale. Il comune è molto dinamico (vivace, vitale, vivo, con molti eventi), ci sono scontri interni (come tra i guelfi e i ghibellini), la società cambia molto velocemente. I poeti non sono uomini di corte (la corte è la residenza del re), ma sono persone che sono attive nella società. Lo stilnovo nasce dopo le esperienze della lirica provenzale e della scuola siciliana. E’ Dante che dà il nome a questo nuovo stile nel fare poesia. Dante dà una definizione del dolce stil novo nel canto XXIV del Purgatorio:
[…]
E io a lui: "I' mi son un che, quando
Amor mi spira, noto, e a quel modo
ch'e' ditta dentro vo significando".
"O frate, issa vegg'io", diss'elli, "il nodo
che 'l Notaro e Guittone e me ritenne
di qua dal dolce stil novo ch'i' odo!
[…]
Poetry slam, The Java Attic, Los Angeles
"[…] Platão termina a discussão acerca da retórica em Fedro com um mito, neste caso o do deus egípcio Theuth, o inventor da escrita. Por estranho que pareça, o maior prosador da língua grega e um dos autores mais influentes da cultura universal era o que poderia chamar-se «contra» a escrita.
O mito diz-nos o seguinte: o deus Theuth ordenou ao rei de Tamos que ensinasse ao povo a arte da escrita, uma vez que esta «tornaria os egípcios mais sábios e melhores de memória». Mas o rei respondeu ao deus que não é o inventor de determinada arte que melhor pode avaliar os seus efeitos, mas sim quem está de fora. E deu-lhe, com estas palavras, a seguinte resposta:
«Como pai da escrita que és, apontas, por quereres bem, efeitos contrários àqueles de que ela é capaz. Essa descoberta, na verdade, provocará nas almas o esquecimento de quanto se aprende, devido à falta de exercício da memória, porque, confiadas na memória, recordar-se-ão de fora, graças a sinais estranhos, e não de dentro, espontaneamente, pelos seus próprios sinais. Por conseguinte, não descobriste um remédio para a memória, mas para a recordação. Aos estudiosos ofereces a aparência de sabedoria e não a verdade, já que, recebendo, graças a ti, grande quantidade de conhecimentos sem necessidade de instrução, considerar-se-ão muito sabedores, quando são, na sua maior parte, ignorantes; são ainda de trato difícil, por terem a aparência de sábios e não o serem verdadeiramente»
Estas afirmações não podem ser vistas isoladamente, pois há a considerar a própria atitude dos gregos relativamente à escrita. A cultura helénica das épocas arcaicas e clássica vê, de facto, na escrita, pouco mais que um utensílio mnemónico; será mais a época helenística a desenvolver uma atitude perante a escrita mais parecida com a nossa. No entanto, é necessário salientar que, até na época helenística, o texto escrito era sempre visto em termos da sua realização oral. Ler significa em grego e latim muito simplesmente «ler alto», mesmo que a audiência se reduza à pessoa do próprio leitor. […]"
excerto de “Grécia Revisitada”, Frederico Lourenço, 2004
No limo do linho
polvos
atribulados
no enleio
dos seus
tentáculos
vulneráveis
jorrando tinta
em autodefesa,
como se ameaçados
procurassem
escrever.
***
Vede a lula sujando as folhas
que transforma em páginas
e obriga ao estupor e à hesitação,
a anular-se e a ser
com o seu jorro irreflectido
e timorato.
O ofício de escrever é assim
a antecipação hiperbólica do medo, uma
fuga, a protelação antecipada
da nota lida, o tempo do bilhete
garantia do acossado.
Por isso a lula, canção de embalar,
a rebentação da carga
no miolo da água
mais escreve por medo,
defesa pessoal que a apaga.
Invejo a lula
e os seus muitos píxeis
com a sua evasão houdiniana
fazendo da fuga uma arte
com sua polifonia
de graffiter.
Daniel Jonas, 2013
Indícios?, por demais
um tremendo cansaço
de coisas feias, e daí
sons, diversos traços
caracteres alguns
de um rasto só
Algum tempo:
2017 Janeiro 2016 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho Maio Abril Março Fevereiro Janeiro ; 2015 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho Maio Abril Março Fevereiro Janeiro ; 2014 Dezembro Novembro Outubro
Setembro Agosto Julho
Junho
Maio Abril Março Fevereiro Janeiro; 2013 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho Maio Abril Março Fevereiro Janeiro; 2012 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho
(arquivos não acessíveis
via Google Chrome)
Algumas pessoas:
T ; José Carvalho da Costa, Francisco Q ; Alcino V, Vitor P ; José Carlos T, Fernando C, Eduardo F ; Paulo V, "Suf", Zé Manel, Miguel D, S, Isabel, Nancy ; Zé T, Marcelo, Faria, Eliana ; Isabel ; Ana C ; Paula, Carlos, Luís, Pedro, Sofia, Pli ; Miguel B ; professores Manuel João, Rogério, Fátima Marinho, Carlos Reis, Isabel Almeida, Paula Morão, Ivo Castro, Rita Veloso, Diana Almeida
Outros que, no exacto antípoda dos anteriores, despertam o pior de mim:
Demasiados. Não cabem aqui. É tudo gente discursivamente feia. Acendendo a TV ou ouvindo quem fora dela reproduz agendas mediáticas, entre o vómito e o tédio a lista tornar-se-ia insuportavelmente longa.
Uma chave, mais um chavão? A cultura popular do início deste séc. XXI fede !
joseqcarvalho@sapo.pt
José Afonso ; 13th Floor Elevators, The Monks, The Sonics, The Doors, Jimi Hendrix, The Stooges, Velvet Underground, Love / Arthur Lee, Pink Floyd (1967-1972), Can, Soft Machine, King Crimson, Roxy Music; Nick Drake, Lou Reed, John Cale, Neil Young, Joni Mitchell, Led Zeppelin, Frank Zappa ; Lincoln Chase, Curtis Mayfield, Sly & The Family Stone ; The Clash, Joy Division, The Fall, Echo & The Bunnymen ; Ramones, Pere Ubu, Talking Heads, The Gun Club, Sonic Youth, Pixies, Radiohead, Tindersticks, Divine Comedy, Cornelius, Portishead, Beirut, Yo La Tengo, The Magnetic Fields, Smog / Bill Callahan, Lambchop, Califone, My Brightest Diamond, Tuneyards ; Arthur Russell, David Sylvian, Brian Eno, Scott Walker, Tom Zé, Nick Cave ; The Lounge Lizards / John Lurie, Blurt / Ted Milton, Bill Evans, Chet Baker, John Coltrane, Jimmy Smith ; Linton Kwesi Johnson, Lee "Scratch" Perry ; Jacques Brel, Tom Waits, Amália Rodrigues ; Nils Frahm, Peter Broderick, Greg Haines, Hauschka ; Franz Schubert, Franz Liszt, Eric Satie, Igor Stravinsky, György Ligeti ; Boris Berezovsky, Gina Bachauer, Ivo Pogorelich, Jascha Heifetz, David Oistrakh, Daniil Trifonov
Agustina Bessa Luís, Anna Akhmatova, António Franco Alexandre, Armando Silva Carvalho, Bob Dylan, Boris Vian, Carl Sagan, Cole Porter, Daniil Kharms, Evgeni Evtuchenko, Fernando Pessoa, George Steiner, Gonçalo M. Tavares, Guy Debord, Hans Magnus Enzensberger, Harold Bloom, Heiner Müller, João MIguel Fernandes Jorge, John Mateer, John McDowell, Jorge de Sena, José Afonso, Jürgen Habermas, Kevin Davies, Kurt Vonnegut Jr., Lêdo Ivo, Leonard Cohen, Luís de Camões, Luís Quintais, Marcel Proust, Marina Tzvietaieva, Mário Cesariny, Noam Chomsky, Ossip Mandelstam, Ray Brassier, Raymond Williams, Roland Barthes, Sá de Miranda, Safo, Sergei Yessinin, Shakespeare, Sofia M. B. Andresen, Ted Benton, Vitorino Nemésio, Vladimir Maiakovski, Wallace Stevens, Walter Benjamin, W.H. Auden, Wislawa Szymborska, Zbigniew Herbert, Zygmunt Bauman
Algum som & imagem: