Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
[ sons, imagens e palavras nada recomendáveis, deveras pouco legíveis em telemóveis "inteligentes" ]
Dear hero imprisoned
With all the new crimes that you are perfecting
Oh I can't help quoting you
'Cause everything that you said rings true
And now in my cell
Well I followed you
And here's a list of who I slew
Reggie Kray, do you know my name?
Oh don't say you don't
Please say you do
[…]
In our lifetime those who kill
The newsworld hands them stardom
And these are the ways
On which I was raised
I never wanted to kill
I am not naturally evil
Such things I do
Just to make myself
More attractive to you
Have I failed?
The last of the famous international playboys (Morrissey, 2004)
Resumindo? Aquilo foi péssimo e, pelo andar da carruagem, nesta paranóia crescente, sendo vai ainda pior. Existem inúmeras maneiras de viver/morrer. Ninguém merece viver/morrer assim. Bom, foi-se um trio de posts sob uma perspectiva contra-corrente anti-dilúvio mediático recente.
Passe a hipérbole semi-disparatada (não fosse ele vegetariano, pelo seu assumido distanciamento do actual modus vivendi ocidental, Morrissey poderia ser quase considerado um “terrorista”… emocional, claro), regresso, qual turista, às águas mais tranquilas do Tejo.
Tejo, passeio fluvial (Outubro 2014)
Fui rejeitado a cotovelo pelos saldos
Vi um ourives preso ao alfinete da gravata
A caprichar em filigranas
Com uma pé-de-avestruz americana
O cheiro do café recém-moído transportou-me a outras plagas
Vi as sangrentas luvas pinares sobre as cabeças transeuntes
Ouvi dizer a um tipo que bela forma
E pensei que terás tu para lhe meter dentro?
Li num cabeçalho o passado tem os olhos do presente postos no futuro
Embarquei em sapatos enforquei-me em gravatas
Descompus Cesário Verde que atravessava a rua
sobraçando uma chave-inglesa o descuidado
Contei os buracos duma roda de gruyère na montra daquela charcutaria que tem uns rissóis sabes de camarão
Comprei um candeeiro diz que nórdico
a sua luz acompanha a mão de quem escreve e pára quando a mão para
Ouvi pedir compra-me o comboio eléctrico
E ouvi adiar se passares compro
Senti o cheiro das revistas recém-postas à venda
E pensei que bom estamos na Europa
Escorreguei os olhos pelas tabuletas dos advogados
Fisguei a abelha do trabalho que o Cesariny transformou em mosca
E também vi vou sempre ver o pelicano do frontão
Reflectido na montra faz um figuralhão
Subi ao de Santa Justa e para dominar os complexos
Deitei lá de cima um avião
Vi à noite os casais que vêm ver as montras
Gente que faz o quilo de nariz contra o vidro
Ouvi dizer a Banca é muitas vezes detestada porque pouca gente sabe o que é um Banco
Sigo as recomendações dos lojistas da artéria
Prefiro a Rua do Ouro
Alexandre O'Neill
I'm Throwin' My Arms Around (Morrissey, 2009)
In the absence of your love
And in the absence of human touch
I have decided I'm throwing my arms around
Around Paris because only stone and steel accept my love
In the absence of your smiling face
I’ve travelled all over the place and
I’ve decided I'm throwing my arms around
Around Paris because only stone and steel accept my love
I'm throwing my arms around
Around Paris because only stone and steel accept my love
I'm throwing my arms around Paris because
Nobody wants my love
Yes you made yourself plain
Yes you made yourself very plain
Não é, mas devia ser consabido que os canais televisivos dedicados exclusivamente à informação, ou lá o que for, apenas divulgam reportagens dignas de ser vistas a meio da noite. Durante as restantes 20 horas diárias limitam-se a repisar as mesmas notícias da actualidade. Muito diz-que-disse, quase nunca o que não se disse. Para colmatar (?) esta última falha contratam comentadores-tradutores, que nos ensinam a ler-pensar, como se não fossemos capazes de interpretar os factos pela própria cabeça.
No último par de dias, nem durante a madrugada se pôde ver algo decente. Todos os canais informativos, portugueses e estrangeiros, têm repetido incessantemente as mesmas imagens e bitaites. Para escapar à náusea, pode-se tentar algumas fontes alternativas. O óbice da maior parte destas é que se encaixam na gaveta das teorias da conspiração, segundo as quais “se o governo diz que isto é assim é porque aconteceu exactamente o oposto”. Ora, as coisas não são assim simples. Uma solução será consultar essas fontes como quem vê telejornais: com os dois pés atrás, com algo a funcionar atrás do par de olhos. Adiante. Há gente bárbara de ambos os lados. Porque havemos de acreditar apenas nos que se dizem mais próximos? Porque algum contraditório é preciso, 3 links sobre os atentados de Paris:
http://www.washingtonsblog.com/2015/11/the-first-question-to-ask-after-any-terror-attack-was-it-a-false-flag.html (onde se elenca uma quantidade imensa de atentados, então atribuídos a terceiros, e que mais tarde se provou serem da responsabilidade directa ou indirecta de quem deles beneficiou)
http://www.washingtonsblog.com/2015/11/non-french-war-deaths-matter.html
http://www.globalresearch.ca/the-paris-terrorist-attacks-911-french-style-le-11-septembre-a-la-francaise/5488896, onde se conclui:
- The Global War on Terrorism is a lie which provides legitimacy to police state measures.
- The state of emergency gives the police a green light to arrest on mere suspicion throughout France.
- A telephone hotline is opened. Citizens are invited to call and report anything which they consider suspicious.
- Civil rights have been suspended.
- Arbitrary arrests are occurring in Paris without warrant.
- The attacks could potentially contribute to a new wave of Islamophobia.
"Para além do muro", Echo & The Bunnymen (Over The Wall, em Liverpool, 2001)
A tarde já aí vem
Anda
Vem daí
Para onde? perguntas
Fica ou vem ou nem isso
Já não caibo nesse sofá
Da plástica simplicidade
Podes sempre iludir-te
Com o teu pão acabado de cozer
Ora fds…a sério? FODA-SE!
Raramente a simplicidade foi misteriosa
Esse teu fermento, repara, vem do Pingo Doce
Fecha os olhos
Cobre as varizes do mundo
Quando puderes veste algumas flores
Nem assim o baldio mais livre
Resistirá além de tanto nó
Todo o plasma estoirou
Os livros já não ardem nas mãos
Apenas bicicletas sem rodas
Vê
Tantos raios quebrados
Vou consertar os meus
Longe de nós
Do princípio?, de perfil, meio de esguelha
“Como quem não quer a coisa”, dizias
Brincavas tu, moídos nós sob a neve
Em cera desfeitos, lápis vermelho sob cinza
Antracite na verde garrafa, no branco vazio
Imbuídos, esparsos pingos no óleo de fritar batatas
Recorda: mélangez-vous, mélangez presque tout, repetia Vitaliy
Cozinheiro-auxiliar do Gorchakov’s, benigno anarca nas horas vagas
No entretanto, no pó-lama, humedecidas pelo Tempo, ideias-dedos meus
Por ti à solta num muro, em viela contígua ao desejo de uma canícula só nossa
S. Petersburgo, finais de 2010: “Perduraremos?”, sempre cândida perguntaste
Por outras palavras mais simples? Anos - já dúzia e meia? -, se foram desde então
Grato por quase tudo. Estivemos próximos do impossível: quisemos e cremos
Lamento? Cresci entre sinais menos: gentes, mercados e deuses longe de afectos
Perdoa-me: a condenatória sentença sempre entre nós persistiu desde o início
Ocean Rain, Echo & The Bunnymen (em Liverpool, 2001)
Do início permanece o intento
E algo, entre tão pouco, esmoreceu
A Cidade não, talvez nunca, antes
A Terra e suas pedras vãs, divas
E divãs não mudam assim tanto
De tão sós, apenas esboroando se vão
Devo ter sido eu
De ilusões pescador
Diante erosões imprecisas
Pedreiro me tornei só, escorando
A derme de fantasias indo me fui
Desenhando molhes e muralhas
Após ver como a triste faina
Em mares de peixe vazios
Preguiçosa ainda persistindo vai
2ª ed. (1ª em Jan. 2012)
Rescue, Echo & The Bunnymen em Liverpool, 2001
Indícios?, por demais
um tremendo cansaço
de coisas feias, e daí
sons, diversos traços
caracteres alguns
de um rasto só
Algum tempo:
2017 Janeiro 2016 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho Maio Abril Março Fevereiro Janeiro ; 2015 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho Maio Abril Março Fevereiro Janeiro ; 2014 Dezembro Novembro Outubro
Setembro Agosto Julho
Junho
Maio Abril Março Fevereiro Janeiro; 2013 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho Maio Abril Março Fevereiro Janeiro; 2012 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho
(arquivos não acessíveis
via Google Chrome)
Algumas pessoas:
T ; José Carvalho da Costa, Francisco Q ; Alcino V, Vitor P ; José Carlos T, Fernando C, Eduardo F ; Paulo V, "Suf", Zé Manel, Miguel D, S, Isabel, Nancy ; Zé T, Marcelo, Faria, Eliana ; Isabel ; Ana C ; Paula, Carlos, Luís, Pedro, Sofia, Pli ; Miguel B ; professores Manuel João, Rogério, Fátima Marinho, Carlos Reis, Isabel Almeida, Paula Morão, Ivo Castro, Rita Veloso, Diana Almeida
Outros que, no exacto antípoda dos anteriores, despertam o pior de mim:
Demasiados. Não cabem aqui. É tudo gente discursivamente feia. Acendendo a TV ou ouvindo quem fora dela reproduz agendas mediáticas, entre o vómito e o tédio a lista tornar-se-ia insuportavelmente longa.
Uma chave, mais um chavão? A cultura popular do início deste séc. XXI fede !
joseqcarvalho@sapo.pt
José Afonso ; 13th Floor Elevators, The Monks, The Sonics, The Doors, Jimi Hendrix, The Stooges, Velvet Underground, Love / Arthur Lee, Pink Floyd (1967-1972), Can, Soft Machine, King Crimson, Roxy Music; Nick Drake, Lou Reed, John Cale, Neil Young, Joni Mitchell, Led Zeppelin, Frank Zappa ; Lincoln Chase, Curtis Mayfield, Sly & The Family Stone ; The Clash, Joy Division, The Fall, Echo & The Bunnymen ; Ramones, Pere Ubu, Talking Heads, The Gun Club, Sonic Youth, Pixies, Radiohead, Tindersticks, Divine Comedy, Cornelius, Portishead, Beirut, Yo La Tengo, The Magnetic Fields, Smog / Bill Callahan, Lambchop, Califone, My Brightest Diamond, Tuneyards ; Arthur Russell, David Sylvian, Brian Eno, Scott Walker, Tom Zé, Nick Cave ; The Lounge Lizards / John Lurie, Blurt / Ted Milton, Bill Evans, Chet Baker, John Coltrane, Jimmy Smith ; Linton Kwesi Johnson, Lee "Scratch" Perry ; Jacques Brel, Tom Waits, Amália Rodrigues ; Nils Frahm, Peter Broderick, Greg Haines, Hauschka ; Franz Schubert, Franz Liszt, Eric Satie, Igor Stravinsky, György Ligeti ; Boris Berezovsky, Gina Bachauer, Ivo Pogorelich, Jascha Heifetz, David Oistrakh, Daniil Trifonov
Agustina Bessa Luís, Anna Akhmatova, António Franco Alexandre, Armando Silva Carvalho, Bob Dylan, Boris Vian, Carl Sagan, Cole Porter, Daniil Kharms, Evgeni Evtuchenko, Fernando Pessoa, George Steiner, Gonçalo M. Tavares, Guy Debord, Hans Magnus Enzensberger, Harold Bloom, Heiner Müller, João MIguel Fernandes Jorge, John Mateer, John McDowell, Jorge de Sena, José Afonso, Jürgen Habermas, Kevin Davies, Kurt Vonnegut Jr., Lêdo Ivo, Leonard Cohen, Luís de Camões, Luís Quintais, Marcel Proust, Marina Tzvietaieva, Mário Cesariny, Noam Chomsky, Ossip Mandelstam, Ray Brassier, Raymond Williams, Roland Barthes, Sá de Miranda, Safo, Sergei Yessinin, Shakespeare, Sofia M. B. Andresen, Ted Benton, Vitorino Nemésio, Vladimir Maiakovski, Wallace Stevens, Walter Benjamin, W.H. Auden, Wislawa Szymborska, Zbigniew Herbert, Zygmunt Bauman
Algum som & imagem: