Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



Num clima cada vez mais "securitário", uma espécie de elegia da marginalidade

por JQ, em 22.11.15

Dear hero imprisoned

With all the new crimes that you are perfecting

Oh I can't help quoting you

'Cause everything that you said rings true

And now in my cell

Well I followed you

And here's a list of who I slew

Reggie Kray, do you know my name?

Oh don't say you don't

Please say you do

[…]

In our lifetime those who kill

The newsworld hands them stardom

And these are the ways

On which I was raised

I never wanted to kill

I am not naturally evil

Such things I do

Just to make myself

More attractive to you

Have I failed?

 

 The last of the famous international playboys (Morrissey, 2004)

Autoria e outros dados (tags, etc)

por JQ, em 22.11.15

Resumindo? Aquilo foi péssimo e, pelo andar da carruagem, nesta paranóia crescente, sendo vai ainda pior. Existem inúmeras maneiras de viver/morrer. Ninguém merece viver/morrer assim. Bom, foi-se um trio de posts sob uma perspectiva contra-corrente anti-dilúvio mediático recente.

Passe a hipérbole semi-disparatada (não fosse ele vegetariano, pelo seu assumido distanciamento do actual modus vivendi ocidental, Morrissey poderia ser quase considerado um “terrorista”… emocional, claro), regresso, qual turista, às águas mais tranquilas do Tejo.

 

Tejo_passeio fluvial-Ourtubro-2014_01.jpg

Tejo, passeio fluvial (Outubro 2014)

 

Fui rejeitado a cotovelo pelos saldos

Vi um ourives preso ao alfinete da gravata

A caprichar em filigranas

Com uma pé-de-avestruz americana

O cheiro do café recém-moído transportou-me a outras plagas

Vi as sangrentas luvas pinares sobre as cabeças transeuntes

Ouvi dizer a um tipo que bela forma

E pensei que terás tu para lhe meter dentro?

Li num cabeçalho o passado tem os olhos do presente postos no futuro

Embarquei em sapatos enforquei-me em gravatas

Descompus Cesário Verde que atravessava a rua

sobraçando uma chave-inglesa o descuidado

Contei os buracos duma roda de gruyère na montra daquela charcutaria que tem uns rissóis sabes de camarão

Comprei um candeeiro diz que nórdico

a sua luz acompanha a mão de quem escreve e pára quando a mão para

Ouvi pedir compra-me o comboio eléctrico

E ouvi adiar se passares compro

Senti o cheiro das revistas recém-postas à venda

E pensei que bom estamos na Europa

Escorreguei os olhos pelas tabuletas dos advogados

Fisguei a abelha do trabalho que o Cesariny transformou em mosca

E também vi vou sempre ver o pelicano do frontão

Reflectido na montra faz um figuralhão

Subi ao de Santa Justa e para dominar os complexos

Deitei lá de cima um avião

Vi à noite os casais que vêm ver as montras

Gente que faz o quilo de nariz contra o vidro

Ouvi dizer a Banca é muitas vezes detestada porque pouca gente sabe o que é um Banco

Sigo as recomendações dos lojistas da artéria

Prefiro a Rua do Ouro

 

 

Alexandre O'Neill

Autoria e outros dados (tags, etc)

por JQ, em 20.11.15

I'm Throwin' My Arms Around (Morrissey, 2009)

Autoria e outros dados (tags, etc)

Um soneto (?!) de Morrissey

por JQ, em 20.11.15

In the absence of your love

And in the absence of human touch

I have decided I'm throwing my arms around

Around Paris because only stone and steel accept my love

 

In the absence of your smiling face

I’ve travelled all over the place and

I’ve decided I'm throwing my arms around

Around Paris because only stone and steel accept my love

 

I'm throwing my arms around

Around Paris because only stone and steel accept my love

I'm throwing my arms around Paris because

 

Nobody wants my love

Yes you made yourself plain

Yes you made yourself very plain

Autoria e outros dados (tags, etc)

por JQ, em 15.11.15

 Too Much Blood, The Rolling Stones (1983)

Autoria e outros dados (tags, etc)

“Compete a quem pensa não tomar o partido dos carrascos” (Albert Camus)

por JQ, em 15.11.15

Não é, mas devia ser consabido que os canais televisivos dedicados exclusivamente à informação, ou lá o que for, apenas divulgam reportagens dignas de ser vistas a meio da noite. Durante as restantes 20 horas diárias limitam-se a repisar as mesmas notícias da actualidade. Muito diz-que-disse, quase nunca o que não se disse. Para colmatar (?) esta última falha contratam comentadores-tradutores, que nos ensinam a ler-pensar, como se não fossemos capazes de interpretar os factos pela própria cabeça.

 

No último par de dias, nem durante a madrugada se pôde ver algo decente. Todos os canais informativos, portugueses e estrangeiros, têm repetido incessantemente as mesmas imagens e bitaites. Para escapar à náusea, pode-se tentar algumas fontes alternativas. O óbice da maior parte destas é que se encaixam na gaveta das teorias da conspiração, segundo as quais “se o governo diz que isto é assim é porque aconteceu exactamente o oposto”. Ora, as coisas não são assim simples. Uma solução será consultar essas fontes como quem vê telejornais: com os dois pés atrás, com algo a funcionar atrás do par de olhos. Adiante. Há gente bárbara de ambos os lados. Porque havemos de acreditar apenas nos que se dizem mais próximos? Porque algum contraditório é preciso, 3 links sobre os atentados de Paris:

 

http://www.washingtonsblog.com/2015/11/the-first-question-to-ask-after-any-terror-attack-was-it-a-false-flag.html (onde se elenca uma quantidade imensa de atentados, então atribuídos a terceiros, e que mais tarde se provou serem da responsabilidade directa ou indirecta de quem deles beneficiou)

 

http://www.washingtonsblog.com/2015/11/non-french-war-deaths-matter.html

 

http://www.globalresearch.ca/the-paris-terrorist-attacks-911-french-style-le-11-septembre-a-la-francaise/5488896, onde se conclui:

 

- The Global War on Terrorism is a lie which provides legitimacy to police state measures.

- The state of emergency gives the police a green light to arrest on mere suspicion throughout France.

- A telephone hotline is opened. Citizens are invited to call and report anything which they consider suspicious.

- Civil rights have been suspended.

- Arbitrary arrests are occurring in Paris without warrant.

- The attacks could potentially contribute to a new wave of Islamophobia.

Autoria e outros dados (tags, etc)

por JQ, em 12.11.15

"Para além do muro", Echo & The Bunnymen (Over The Wall, em Liverpool, 2001)

Autoria e outros dados (tags, etc)

por JQ, em 12.11.15

A tarde já aí vem

Anda

Vem daí

 

Para onde? perguntas

Fica ou vem ou nem isso

Já não caibo nesse sofá

 

Da plástica simplicidade

Podes sempre iludir-te

Com o teu pão acabado de cozer

 

Ora fds…a sério? FODA-SE!

Raramente a simplicidade foi misteriosa

Esse teu fermento, repara, vem do Pingo Doce

 

Fecha os olhos

Cobre as varizes do mundo

Quando puderes veste algumas flores

 

Nem assim o baldio mais livre

Resistirá além de tanto nó

Todo o plasma estoirou

 

Os livros já não ardem nas mãos

Apenas bicicletas sem rodas

 

Tantos raios quebrados

Vou consertar os meus

Longe de nós

Autoria e outros dados (tags, etc)

por JQ, em 12.11.15

tu.jpg

 

Do princípio?, de perfil, meio de esguelha

“Como quem não quer a coisa”, dizias

Brincavas tu, moídos nós sob a neve

Em cera desfeitos, lápis vermelho sob cinza

Antracite na verde garrafa, no branco vazio

 

Imbuídos, esparsos pingos no óleo de fritar batatas

Recorda: mélangez-vous, mélangez presque tout, repetia Vitaliy

Cozinheiro-auxiliar do Gorchakov’s, benigno anarca nas horas vagas

No entretanto, no pó-lama, humedecidas pelo Tempo, ideias-dedos meus

Por ti à solta num muro, em viela contígua ao desejo de uma canícula só nossa

 

S. Petersburgo, finais de 2010: “Perduraremos?”, sempre cândida perguntaste

Por outras palavras mais simples? Anos - já dúzia e meia? -, se foram desde então

Grato por quase tudo. Estivemos próximos do impossível: quisemos e cremos

Lamento? Cresci entre sinais menos: gentes, mercados e deuses longe de afectos

Perdoa-me: a condenatória sentença sempre entre nós persistiu desde o início

Autoria e outros dados (tags, etc)

por JQ, em 09.11.15

 Ocean Rain, Echo & The Bunnymen (em Liverpool, 2001)

Autoria e outros dados (tags, etc)

por JQ, em 09.11.15

Do início permanece o intento

E algo, entre tão pouco, esmoreceu

A Cidade não, talvez nunca, antes

A Terra e suas pedras vãs, divas

E divãs não mudam assim tanto

De tão sós, apenas esboroando se vão

 

Devo ter sido eu

De ilusões pescador

Diante erosões imprecisas

 

Pedreiro me tornei só, escorando

A derme de fantasias indo me fui

Desenhando molhes e muralhas

Após ver como a triste faina

Em mares de peixe vazios

Preguiçosa ainda persistindo vai

 

 

2ª ed. (1ª em Jan. 2012)

Autoria e outros dados (tags, etc)

"It's just the blues I'm singing? Just my blues I'm singing? You bet"

por JQ, em 09.11.15

  Rescue, Echo & The Bunnymen em Liverpool, 2001

Autoria e outros dados (tags, etc)

Pág. 1/2



Alguns riscos


Indícios?, por demais

um tremendo cansaço

de coisas feias, e daí

sons, diversos traços

caracteres alguns

de um rasto só


Algum tempo:


2017 Janeiro 2016 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho Maio Abril Março Fevereiro Janeiro ; 2015 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho Maio Abril Março Fevereiro Janeiro ; 2014 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho Maio Abril Março Fevereiro Janeiro; 2013 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho Maio Abril Março Fevereiro Janeiro; 2012 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho


Junho 2006/Junho 2012

(arquivos não acessíveis

via Google Chrome)


Algumas pessoas:


T ; José Carvalho da Costa, Francisco Q ; Alcino V, Vitor P ; José Carlos T, Fernando C, Eduardo F ; Paulo V, "Suf", Zé Manel, Miguel D, S, Isabel, Nancy ; Zé T, Marcelo, Faria, Eliana ; Isabel ; Ana C ; Paula, Carlos, Luís, Pedro, Sofia, Pli ; Miguel B ; professores Manuel João, Rogério, Fátima Marinho, Carlos Reis, Isabel Almeida, Paula Morão, Ivo Castro, Rita Veloso, Diana Almeida


Outros que, no exacto antípoda dos anteriores, despertam o pior de mim:


Demasiados. Não cabem aqui. É tudo gente discursivamente feia. Acendendo a TV ou ouvindo quem fora dela reproduz agendas mediáticas, entre o vómito e o tédio a lista tornar-se-ia insuportavelmente longa.


Uma chave, mais um chavão? A cultura popular do início deste séc. XXI fede !


joseqcarvalho@sapo.pt


Alguns nomes:


José Afonso ; 13th Floor Elevators, The Monks, The Sonics, The Doors, Jimi Hendrix, The Stooges, Velvet Underground, Love / Arthur Lee, Pink Floyd (1967-1972), Can, Soft Machine, King Crimson, Roxy Music; Nick Drake, Lou Reed, John Cale, Neil Young, Joni Mitchell, Led Zeppelin, Frank Zappa ; Lincoln Chase, Curtis Mayfield, Sly & The Family Stone ; The Clash, Joy Division, The Fall, Echo & The Bunnymen ; Ramones, Pere Ubu, Talking Heads, The Gun Club, Sonic Youth, Pixies, Radiohead, Tindersticks, Divine Comedy, Cornelius, Portishead, Beirut, Yo La Tengo, The Magnetic Fields, Smog / Bill Callahan, Lambchop, Califone, My Brightest Diamond, Tuneyards ; Arthur Russell, David Sylvian, Brian Eno, Scott Walker, Tom Zé, Nick Cave ; The Lounge Lizards / John Lurie, Blurt / Ted Milton, Bill Evans, Chet Baker, John Coltrane, Jimmy Smith ; Linton Kwesi Johnson, Lee "Scratch" Perry ; Jacques Brel, Tom Waits, Amália Rodrigues ; Nils Frahm, Peter Broderick, Greg Haines, Hauschka ; Franz Schubert, Franz Liszt, Eric Satie, Igor Stravinsky, György Ligeti ; Boris Berezovsky, Gina Bachauer, Ivo Pogorelich, Jascha Heifetz, David Oistrakh, Daniil Trifonov


Outros nomes:


Agustina Bessa Luís, Anna Akhmatova, António Franco Alexandre, Armando Silva Carvalho, Bob Dylan, Boris Vian, Carl Sagan, Cole Porter, Daniil Kharms, Evgeni Evtuchenko, Fernando Pessoa, George Steiner, Gonçalo M. Tavares, Guy Debord, Hans Magnus Enzensberger, Harold Bloom, Heiner Müller, João MIguel Fernandes Jorge, John Mateer, John McDowell, Jorge de Sena, José Afonso, Jürgen Habermas, Kevin Davies, Kurt Vonnegut Jr., Lêdo Ivo, Leonard Cohen, Luís de Camões, Luís Quintais, Marcel Proust, Marina Tzvietaieva, Mário Cesariny, Noam Chomsky, Ossip Mandelstam, Ray Brassier, Raymond Williams, Roland Barthes, Sá de Miranda, Safo, Sergei Yessinin, Shakespeare, Sofia M. B. Andresen, Ted Benton, Vitorino Nemésio, Vladimir Maiakovski, Wallace Stevens, Walter Benjamin, W.H. Auden, Wislawa Szymborska, Zbigniew Herbert, Zygmunt Bauman


Algum som & imagem:


Avec élégance

Crazy clown time

Danse infernale

Dark waters

Der himmel über berlin

Forever dolphin love

For Nam June Paik

Gridlocks

Happy ending

Lilac Wine

L'heure exquise

LoopLoop

Materials

Megalomania

Metachaos

Nascent

Orphée

Sailing days

Soliloquy about...

Solipsist

Sorry, I'm late

Submerged

Surface

Their Lullaby

The raw shark texts

Urban abstract

Unter