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[ sons, imagens e palavras nada recomendáveis, deveras pouco legíveis em telemóveis "inteligentes" ]
( jpeg de autor desconhecido -
em 2017 lá voltarei ao meu crucifixo olissiponense :(
Mais do que a doçaria tipicamente natalícia, das inumeráveis “boas festas” que é forçoso dar e receber, do acto de comprar e receber presentes, dos pinheiros-bebés sacrificados em decorações de ópera bufa, aquilo que actualmente mais abomino é a música nas ruas mais comerciais de qualquer cidade. Os anglo-saxões até chamam a este conjunto de pavores ”Christmas dread”. Sendo certo que já me foi mais difícil sobreviver a esta quadra, continuo a achar que há ali um “r” a mais.
Vila do Conde - resquício dos estaleiros originais (pormenor do velame de caravela, em Agosto de 2016 + a dita cuja ainda actual)
Cheguei a meio da vida já cansada
De tanto caminhar! Já me perdi!
Dum estranho país que nunca vi
Sou neste mundo imenso a exilada.
Tanto tenho aprendido e não sei nada.
E as torres de marfim que construí
Em trágica loucura as destruí
Por minhas próprias mãos de malfadada!
Se eu sempre fui assim este Mar-Morto,
Mar sem marés, sem vagas e sem porto
Onde velas de sonhos se rasgaram.
Caravelas doiradas a bailar...
Ai, quem me dera as que eu deitei ao Mar!
As que eu lancei à vida, e não voltaram !...
Caravelas - Florbela Espanca
(no seu "Livro de Sóror Saudade", 1923)
Vista do quintal materno (Vila do Conde, Agosto 2016) / 200 more miles [+ 2 more weeks] - Cowboy Junkies + Ryan Adams (2006)
December is the cruelest month
This time for once my cheeks are warm
After long years in the monkey-house
I am ready for the storm
Let them throw all their cannonballs
Let all their strongmen come
I'm ready to go anywhere
Through venom, sick and scum!
[...]
December fell deep in the bleak
Winter time when Jesus Christ
Howled to save your baby's howl
Primal truth as pure as ice
And though we crucified him on a cross
And dragged his word from payer to curse
He was able to go anywhere
He was almost one of us !
Mike Scott (1983)
Hoje tive de conhecer um casal com cerca de 30 e muitos anos, classe média total, residente na zona da passada Expo 98. No diálogo adjacente subentendi uma espécie de orgulho pelo status que tal localização lhes conferia. Não encontrei razões para tal. Ainda se morassem naquelas caixinhas só com R/C e 1º andar, em frente ao rio, que dizem custar à volta de meio milhão de euros (?!). Mas não. Era um T2 espaçoso, mais um entre milhares, situado nas ruas anteriores, bem mais escuras e ventosas. Adiante. Tenho alguma dificuldade em compreender essa noção de status social, por implicar um desgaste inútil em invejas e comparações com os vizinhos. Maior dificuldade enfrento diante de opções estéticas de óbvio mau gosto. Não as entendo, pois suponho ser a harmonia uma noção comum a quase todos ainda animais. Por viverem dentro de caixotes, em fileiras de prédios com dezenas e dezenas de andares, mesmo que demasiado caros, sentir-se-ão mais modernos, quiçá mais norte-americanos? Desconhecerão essa lição evidente na Natureza e na Arte: a maior beleza e imprevisibilidade das curvas diante da monotonia das linhas rectas?
Indícios?, por demais
um tremendo cansaço
de coisas feias, e daí
sons, diversos traços
caracteres alguns
de um rasto só
Algum tempo:
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Junho
Maio Abril Março Fevereiro Janeiro; 2013 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho Maio Abril Março Fevereiro Janeiro; 2012 Dezembro Novembro Outubro Setembro Agosto Julho Junho
(arquivos não acessíveis
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Outros que, no exacto antípoda dos anteriores, despertam o pior de mim:
Demasiados. Não cabem aqui. É tudo gente discursivamente feia. Acendendo a TV ou ouvindo quem fora dela reproduz agendas mediáticas, entre o vómito e o tédio a lista tornar-se-ia insuportavelmente longa.
Uma chave, mais um chavão? A cultura popular do início deste séc. XXI fede !
joseqcarvalho@sapo.pt
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