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[ sons, imagens e palavras nada recomendáveis, deveras pouco legíveis em telemóveis "inteligentes" ]
Parecendo algumas que sim, as pessoas não são unidimensionais. Por exemplo, podendo haver, desconfio que talvez não haja homens e mulheres integralmente inteligentes, pois existem, dentro mesma pessoa, vários graus e tipos de sabedoria. Até podemos recitar de cor dúzias de frases de “Coriolanus” (uma das obras de Shakespeare que talvez merecesse ser melhor conhecida) e diante dos mais próximos ter um completo asno no lugar do coração.
Particularizando ainda mais, estou certo que a minha “inteligência social” (os bifes têm uma expressão mais exacta: “social skills”) é quase nula. Limita-se a garantir a manutenção do salário mensal (enfim, subviver é preciso). Se me esforçasse um pouco mais, teria de manipular segundos, terceiros, talvez quartos e camas demasiado alheios, convencê-los de que eu “até isto” ou “até aquilo” me esforço por fazer bem. Essa pachorra para tão pouco já há muito se foi.
Já sobrevivi a meia dúzia de sítios. Sei bem que alguns não-viventes em Lisboa acham que só aqui é possível chegar ao sucesso mediático, ao tele-contacto com a maioria dos outros. Também imagino que demasiados tentem vir para aqui em busca de alguma fama possível. Nada contra. Cada um, creio, deve tentar distinguir o que, dentro de si, mais importa. Quando em mim pressenti algum conforto em viver em Lisboa, encontrei-o no que nela sempre procurei: o mais absoluto anonimato.
Parecendo que não, LOL, este post tentava ser, hum, “actual”, “eleitoral”, "al-al-al". Resumindo-o-o-o-o-o-o, uh: Como raio posso respeitar a inteligência política de quem ainda perde tempo com debates televisivos, painéis de comentadores engraçadinhos mas desprovidos da mínima Graça, opinadores fora de prazo, arruadas, gente que ainda agita bandeiras em comícios ou que no próximo Domingo vai votar na corja do costume? Muito simples: não posso.
Bolas!, não sinto em mim qualquer direito em ofender seja quem for, mesmo quem merece. Dentro de mim apenas o maior respeito - o meu melhor desejo - para quem ainda pensando vai na revessa das maiorias. Sobra-me um insulto difícil de calar: a maior parte dos eleitores meus contemporâneos - não é de agora, disto sinto-me quase certo - não passa de uma cambada de imbecis sem memória.
Indícios?, por demais
um tremendo cansaço
de coisas feias, e daí
sons, diversos traços
caracteres alguns
de um rasto só
Algum tempo:
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Outros que, no exacto antípoda dos anteriores, despertam o pior de mim:
Demasiados. Não cabem aqui. É tudo gente discursivamente feia. Acendendo a TV ou ouvindo quem fora dela reproduz agendas mediáticas, entre o vómito e o tédio a lista tornar-se-ia insuportavelmente longa.
Uma chave, mais um chavão? A cultura popular do início deste séc. XXI fede !
joseqcarvalho@sapo.pt
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